O Projeto (Des) Liga-Te é promovido pela Associação Democrática de Defesa dos Interesses e Igualdade das Mulheres (ADDIM) e os jovens envolvidos no projeto iniciado em abril têm entre 12 e 18 anos e estão institucionalizados no Núcleo Familiar da Nossa Senhora da Apresentação, Centro Juvenil de Campanhã e Casa do Vale Crescer Ser, refere a informação disponibilizada.
Tendo como ponto de partida as investigações da forma como "o uso excessivo de redes sociais influencia a saúde psicológica das crianças e jovens (...) que revelam crises de ansiedade e níveis mais elevados de stress e de ideação suicida", foram ainda assinaladas "novas patologias associadas ao mundo online", revelou a presidente da associação, Carla Branco.
Sobre as patologias, a dirigente mencionou a nomofobia (medo causado pela possibilidade de ficar sem contacto através do telemóvel), atazagorafobia (medo de ser esquecido/a nas redes sociais, de deixar de ser popular) e a dismorfia da 'selfie' ou síndrome de distorção da imagem.
Durante 15 sessões, o projeto pretende "capacitar os jovens acerca das desvantagens e dos perigos do uso abusivo e inadequado do mundo digital", trabalhando conteúdos como "'sexting' (nudez), 'grooming' (aliciamento sexual de menores), 'cyberbullying', 'cyberstalking', segurança na internet e uso patológico", lê-se ainda no documento.
Entre os objetivos gerais a atingir, os jovens deverão ser capazes de "refletir acerca da internet e dos seus perigos, pensar criticamente acerca dos conceitos de comportamento e sexualidade, compreender o fenómeno da violência online em algumas das suas manifestações: aliciamento sexual online, 'sexting', 'cyberbullying' e 'cyberstalking', e desenvolver e reforçar competências pessoais e sociais (...) que lhes permitam desenvolver relações interpessoais saudáveis e positivas", assinalou Carla Branco.
Nos objetivos específicos elaborados para os jovens figuram o "reconhecimento de que a internet pode provocar situações de dependência, a reflexão crítica acerca dos conceitos de comportamentos, adrenalina e risco e distinguir fenómenos de aliciamento sexual online e sexting, através da compreensão das suas estratégias e do seu impacto nas vítimas".
O projeto tem ainda "uma vertente direcionada para os pais/professores com especial enfoque no sharenting (direitos de imagem e privacidade das crianças nas redes sociais).
"Queremos promover não só um uso adequado e alerta dos riscos, como fomentar a redução do tempo online, ou seja, o direito a estar offline", sublinhou a presidente da ADDIM.
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