Jovem guineense Karimo Indjai cria único "serviço de Uber" em Bissau
O guineense Karimo Indjai criou o único "serviço de Uber" em Bissau, transportando crianças para a escola, funcionários para o trabalho e pessoas que vão à noite às discotecas.
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Tech Bissau
Popularmente conhecido por Chita Indjai, o guineense, de 35 anos, transporta as pessoas através de um pequeno automóvel de cor verde, num processo que passa, primeiro, por um contacto telefónico e a seguir, por um encontro para acertar os preços e o percurso.
As pessoas chegam até Chita Indjai através de informações de outros clientes, mas também através das redes sociais.
Quando não tem corridas a fazer, Chita trabalha num hotel no centro de Bissau onde também acaba por conhecer pessoas que transporta para o aeroporto, nomeadamente em voos de madrugada.
De madrugada, Chita também se levanta da cama para ir apanhar pessoas à porta das discotecas ou levá-las àqueles lugares de diversão, bastando que haja um compromisso de que cada pessoa que vai no seu pequeno carro pague o equivalente a 10 euros.
Só numa corrida da discoteca para a casa das pessoas Chita ganha 40 euros.
O dono do único "serviço de Uber" de Bissau também transporta crianças de casa para a escola e funcionários para os locais de trabalho.
Com o transporte de crianças, Chita prefere olhar mais para a relação com os pais na hora de fixar o valor a cobrar pelo serviço, que é pago no final do mês.
A pontualidade e a segurança das crianças são fatores que Chita considera como fundamentais no momento de acertar o contrato.
Tudo começou durante o confinamento devido à pandemia da covid-19 em que os transportes públicos deixaram de circular por Bissau, por ordens do Governo.
Chita, cujo veículo tinha uma guia de livre-trânsito, dava boleia "às mulheres" que ia encontrando na estrada na tentativa de chegarem a outras zonas da cidade de Bissau.
Uma amiga e uma parente que vivem na Europa vieram a Bissau passar férias naquela época da pandemia e o carro de Chita Indjai era o meio das suas deslocações. Chita andava com as duas, de graça.
"Depois comecei a pensar por que não cobrar pelo serviço que faço. Um serviço de Uber de verdade", disse Chita Indjai à Lusa, no meio de uma corrida em que foi buscar duas crianças às escolas de Bissau.
Hoje, o dono do único "serviço de Uber" de Bissau disse à Lusa que o trabalho, que começou na brincadeira e sem cobrar, é rentável e que pretende continuar.
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