Numa entrevista à agência espanhola, a engenheira aeroespacial da NASA Rosa Ávalos-Warren, gerente da missão da Rede de Comunicações e Rastreio para Voos Espaciais Tripulados, recordou que o objetivo da missão que descolou em 16 de novembro é colocar à prova todos os sistemas e naves (foguete SLS e cápsula Orion) envolvidos.
"Todas estas diferentes fases tinham que trabalhar em conjunto para poder enviar a Orion numa boa trajetória, para que pudesse chegar à Lua, e tudo se cumpriu satisfatoriamente", disse a engenheira aerospacial nascida no Peru, citada pela Efe.
A missão está a caminho de ser "totalmente bem sucedida, com alguns objetivos adicionais alcançados", assinalou, por outro lado, o diretor da missão Artemis I, Mike Sarafin.
O que falta analisar, segundo Ávalos-Warren, são os dados que a Orion traga, visando "uma determinação mais específica" quanto às datas de lançamento das missões seguintes, Artemis II e III, ambas tripuladas.
Os planos da NASA são enviar a Artemis II em 2024 e, no ano seguinte, a Artemis III, missões nas quais os astronautas, entre eles uma mulher e um homem não branco tocariam o sol do satélite natural da Terra pela primeira vez desde 1972, ano da missão Apolo XVII.
A agência espacial dos Estados Unidos poderá concluir, em pouco mais de seis meses, a primeira análise do conjunto de informação produzida pela Artemis I, que na sua viagem de ida e volta percorrerá um total de 2,1 milhões de quilómetros em 26 dias.
No final de novembro, a cápsula Orion ficou a uma distância de 434.522 quilómetros da Terra, o máximo conseguido por uma nave espacial desenhada para transportar humanos, superando o recorde de 1970 da missão Apolo 13.
Na amaragem prevista para domingo, a cápsula atravessará a atmosfera terrestre a 520 quilómetros por hora e será submetida a temperaturas de 2.800 graus, equivalente a metade da temperatura da superfície do Sol, destacou a engenheira da NASA à Efe.
O sistema de 11 paraquedas fará, depois, com que alcance o Oceano Pacífico, próxima à ilha de Guadalupe, junto à costa da Baixa Califórnia, no México, a uma velocidade de 27 quilómetros por hora.
Se tudo correr conforme o previsto, a Orion amarará pelas 12h40 horas na costa leste dos Estados Unidos (17h40 em Lisboa), e será recolhida por um navio da Marinha estadounidense, rumando depois ao Centro Espacial Kennedy, na Florida.
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