Nas últimas semanas temos assistido a um grande número de despedimentos em algumas das maiores tecnológicas do mundo - que justificam estas decisões com o clima económico incerto que se faz sentir atualmente.
Curiosamente, uma das empresas que não tem anunciado novidades no que diz respeito a corte de postos de trabalho é a Apple e, como diz o Wall Street Journal, tal não parece ser por acaso.
Um dos motivos que pode estar a levar a Apple a manter os trabalhadores está relacionado com a forma como a empresa aumentou a força laboral nos últimos anos. Enquanto algumas gigantes tecnológicas aumentaram o número de trabalhadores entre 57 e 100%, a Apple adicionou apenas 20% de trabalhadores à sua força laboral entre setembro de 2019 e setembro de 2022. Significa isto que o crescimento da Apple pode ter crescido de uma forma mais sustentável do que a concorrência.
A aposta em determinadas divisões também parece fazer alguma diferença no atual momento vivido pela Apple. Enquanto rivais como a Meta continuam a investir fortemente em áreas nas quais não terão lucro nos próximos meses (como o metaverso), a Apple tem procurado ser mais cautelosa e apostado apenas em divisões que poderão, de facto, contribuir ativamente para a receita da tecnológica.
Por fim, a publicação norte-americana aponta para as despesas da Apple. Ao invés de práticas da indústria em que se procura oferecer vantagens aos trabalhadores, como por exemplo almoços e jantares grátis na cafetaria da empresa, a Apple continua a exigir que todos os trabalhadores paguem pelas suas refeições.
Claro está, estes três elementos podem não ser suficientes para a Apple evitar despedir trabalhadores nos próximos tempos mas, por enquanto, parece que a empresa continua disposta a manter a força laboral intacta.
Serve também recordar que, neste início de 2023, o CEO Tim Cook anunciou aos investidores que decidiu cortar 35 milhões de dólares na sua compensação anual. Uma decisão que certamente estará relacionada com atual momento económico.
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