A rádio pública sueca (Sveriges Radio) justificou no seu blogue que o Twitter perdeu a sua relevância para as audiências suecas.
Também a "National Public Radio" e a "Canadian Broadcasting Corporation" criticaram, entretanto, a nova política do Twitter de os rotular como instituições financiadas pelo governo, considerando que isso mina a sua credibilidade.
"Durante muito tempo, a Sveriges Radio desvalorizou a sua presença no Twitter e tomou agora a decisão de deixar completamente de estar ativa na plataforma, ao mesmo tempo que estamos a encerrar uma série de contas", esclareceu Christian Gillinger, chefe das atividades de comunicação social da emissora sueca.
O mesmo responsável citou um estudo recente que mostra que apenas cerca de 7% dos suecos estão diariamente no Twitter e avaliou que a plataforma "mudou simplesmente ao longo dos anos", tornando-se "menos importante" para a sua empresa.
"O público escolheu outros lugares para estar. E por isso a Sveriges Radio opta agora por desativar ou apagar as últimas contas que restam", vincou Gillinger.
Porém, o serviço noticioso da emissora, SR Ekot, que foi rotulado como "meio de comunicação social com financiamento público", permanecerá no Twitter, mas foi marcado como inativo.
A Sveriges Radio, que tem estado ativa no Twitter desde 2009, assinalou ainda a "recente turbulência" em torno das operações do Twitter e considerou preocupante que aquela plataforma tenha reduzido a sua força de trabalho "dramaticamente".
"Acreditamos que a longo prazo poderá afetar a capacidade da empresa (Twitter) para lidar, por exemplo, com contas falsas e desinformação, mas também com mensagens e ameaças de ódio", observou Gillinger.
Os rótulos sobre os emissores públicos provocaram uma nova batalha entre os media e Musk , que desde há muito tem manifestado desdém pelos jornalistas profissionais, afirmando desejar elevar os pontos de vista e a perícia do "cidadão médio".
A CBC canadiana anunciou hoje que iria parar as suas atividades no Twitter depois de ter sido rotulada como "financiada pelo governo" porque tal afirmação "mina o rigor e o profissionalismo" do trabalho dos seus jornalistas. A empresa canadiana adianta não permitir que a sua independência "seja falsamente descrita desta forma".
As emissoras norte-americanas NPR e o Serviço Público de Radiodifusão tomaram decisões semelhantes no início deste mês por razões idênticas.
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