O voo, que é o quinto da empresa a cruzar a fronteira do espaço, foi o teste final antes do início das operações comerciais.
Agora anunciados para o final de junho, estes serviços são esperados há anos e cerca de 800 clientes já adquiriram os seus bilhetes.
O programa espacial da Virgin Galactic sofreu anos de atrasos, principalmente por causa de um acidente em 2014, que causou a morte de um piloto.
Depois, após o voo espacial ter transportado o próprio britânico Richard Branson em julho de 2021, a empresa anunciou uma pausa, dedicada a melhorar o seu equipamento.
Esta pausa durou muito mais tempo do que o planeado originalmente.
Esta quinta-feira, a missão denominada Unity 25 ocorreu a partir da base do Spaceport America, no deserto do Novo México (sudoeste).
A tripulação era constituída por funcionários da Virgin Galactic.
"Olhar para o nosso belo planeta lá de cima, algo que tão poucos humanos foram capazes de fazer, foi uma experiência solene, que me encheu de humildade e admiração", sublinhou um dos tripulantes, Christopher Huie, citado num comunicado da empresa.
"Como um dos primeiros vinte negros a ir ao espaço, espero poder inspirar a próxima geração de astronautas", acrescentou.
Um enorme avião transportador, o VMS EVE, descolou às 09:15 (15:15 de Lisboa), de uma pista convencional, com dois pilotos nos comandos.
Em seguida, o avião transportador largou a nave, chamada VSS Unity, que parece um grande jato particular, com quatro passageiros e novamente dois pilotos a bordo.
A nave ligou o motor até ultrapassar os 87 quilómetros de altitude, sendo que segundo o Exército norte-americano, a definição de espaço é a partir do 80 quilómetros.
A descida até ao pouso na pista, feito como uma aeronave convencional, ocorreu pelas 10:37.
No total, a viagem proposta oferece apenas cerca de dez minutos no espaço, mas os passageiros podem soltar-se e flutuar em gravidade zero.
O primeiro voo comercial, batizado de Galactic 01, será feito com a Força Aérea italiana.
Entre 2005 e 2014, a Virgin Galactic vendeu cerca de 600 passagens espaciais, por um preço entre 200.000 e 250.000 dólares (entre os cerca de 187.000 e 233.000 euros). Mais 200 foram vendidos nos últimos anos, por 450.000 dólares (cerca de 420.000 euros) cada.
A Virgin Galactic concorre com a empresa do bilionário Jeff Bezos, a Blue Origin, que também oferece voos suborbitais curtos e já enviou 32 pessoas ao espaço.
Mas desde um acidente em setembro de 2022, durante um voo não tripulado, o seu foguete tem estado em terra.
A Blue Origin prometeu em março retomar os voos espaciais "em breve".
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