Em comunicado, a empresa de cibersegurança Kaspersky referiu que descobriu várias táticas que os golpistas utilizam para explorar utilizadores do aplicativo, incluindo páginas de 'phishing', que fingem ser uma versão da aplicação, com o objetivo de ter acesso não autorizado às suas contas, dados pessoais ou finanças.
A nova app da Meta está a levantar preocupação com a privacidade dos seus utilizadores, o que levou à sua indisponibilidade na União Europeia.
A Threads pode recolher um amplo leque de informação pessoal, incluindo saúde, finanças, contactos, história de pesquisa e navegação nas redes sociais, localização, compras e 'informação sensível'.
Entre os possíveis golpes detetados na América Latina, há um que oferece salários de 2.000 dólares (cerca 1.781 euros) em média para que as pessoas façam 'like' e comentem as publicações na nova rede social, mas para isso as vítimas devem adquirir uma determinada aplicação por 30 dólares.
Outro esquema fraudulento envolve páginas de 'phishing' que imitam uma versão de página na Internet inexistente do Threads, para induzir os utilizadores a inserir os seus dados de início de sessão.
Como o Threads está vinculado a outros serviços da Meta, os utilizadores correm o risco de perder o acesso a contas em outras redes sociais, como Instagram e Facebook.
De acordo com especialistas, "esta situação não levanta apenas questões de privacidade, como roubo de identidade e 'doxing' [revelar as informações de uma pessoa], mas, o que é mais preocupante, é que traz riscos financeiros".
"Este golpe também pode afetar as empresas, pois atualmente existem muitas empresas que utilizam essas contas para criar campanhas publicitárias", alertaram.
Apenas algumas horas depois do seu lançamento na semana passada, a Threads conseguiu adicionar mais de 100 milhões de utilizadores e, desta forma, tornar-se apetecível para "golpes 'online'", realçaram os especialistas.
"A América Latina tem um alto consumo de redes sociais, então é natural que surjam golpes. Os criminosos não são reconhecidos pela sua ética, por isso, utilizam qualquer artifício para atingir o seu objetivo e o mais comum é a monetização, ou seja, roubar das vítimas", sublinhou Fábio Assolini, diretor da equipa global de investigação e análise da Kaspersky para a América Latina.
Assolini enfatizou ainda que "estas falsas ofertas utilizam o nome e a tendência da rede social para atingir o maior número de vítimas".
"Quem cair no engodo perderá o seu dinheiro e não receberá nenhuma indemnização", concluiu.
Uma mensagem na Threads pode ter até 500 carateres, o que a compara com os 280 no Twitter, e incluir ligações, fotos e vídeos com uma duração de até cinco minutos.
Leia Também: Threads? "É uma moda passageira", diz analista sobre a nova rede social