Este julgamento, que deverá durar dez semanas, é um teste crucial para o governo de Joe Biden, que se estabeleceu como um defensor do direito da concorrência, mas que luta por convencer os tribunais.
"Este caso diz respeito ao futuro da internet e à questão de saber se o Google algum dia enfrentará uma concorrência significativa nas buscas", disse o representante do Ministério Público, Kenneth Dintzer.
Segundo o governo dos Estados Unidos, o Google construiu o seu império através de contratos ilegais com empresas como Mozilla, Samsung e Apple para que a sua ferramenta fosse instalada por padrão nos seus smartphones e serviços.
Este domínio da internet e, portanto, da publicidade digital permitiu à Alphabet, empresa mãe da Google, tornar-se uma das empresas mais ricas do mundo.
As provas apresentadas pelo governo dos Estados Unidos "mostrarão que o Google enganou a opinião pública" e que "ocultou documentos que sabia que violavam a lei 'antitruste' [da concorrência]", disse Kenneth Dintzer.
Segundo o responsável, o Google paga cerca de dez mil milhões de dólares por ano à Apple e a outros fabricantes de equipamentos e navegadores para garantir que o seu mecanismo de busca seja exibido como padrão.
Com o apoio de numerosas testemunhas, a empresa californiana tentará persuadir o juiz federal Amit Mehta de que as acusações do Departamento de Justiça são infundadas.
Trata-se do processo de concorrência mais importante movido contra uma grande empresa de tecnologia desde aquele que opôs Washington à Microsoft pelo domínio do sistema operacional Windows.
Lançado em 1998, o processo movido por Washington contra a Microsoft terminou com um acordo em 2001, depois de um tribunal de apelo ter anulado uma decisão que ordenava a cisão da empresa.
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