O CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, demitiu-se "com efeitos imediatos", depois de ter feito declarações polémicas sobre Israel que levaram várias empresas tecnológicas a abandonar o evento.
Segundo o Sunday Independent, Cosgrave lamentou que os seus "comentários pessoais" sobre a escalada de violência em Israel se tenham tornado "uma distração do evento, da equipa, dos patrocinadores, das 'start-ups' e das pessoas que participam".
Recorde-se que, durante a semana, empresas como a Meta, dona do Facebook, a Alphabet, dona da Google e a Amazon anunciaram que não participariam no evento em Lisboa, após Cosgrave ter considerado que Telavive cometeu "crimes de guerra" na sua resposta ao ataque do Hamas em território israelita, a 7 de outubro.
A edição de 2023 da Web Summit está marcada para 13 de novembro, em Lisboa, esperando a presença de cerca de 70 mil pessoas. Apesar da saída de Cosgrave, o evento deverá decorrer conforme planeado, disse porta-voz da Web Summit, citado pelo Sunday Independent. Um novo CEO também será anunciado, assim que possível.
"Sinto muito", disse o CEO demissionário, num discurso para os empregados da organização, na sexta-feira. Cosgrave lamentou se os mesmos "receberam as mensagens mais odiosas e dolorosas que qualquer um pode receber".
"A Covid-19 em 2020 e 2021 quase levou a Web Summit à falência. Sobrevivemos no ano passado, lidamos com mais de 200 cancelamentos de oradores, alguns motivados pela presença de jornalistas que muitos consideravam pró-Rússia e hostis à Ucrânia. Para ser justo, não é nada comparado ao que acabou de acontecer e ao que está por vir. Não vão gostar de ouvir isto, mas acho que deveria ser dito que as coisas vão piorar muito nos próximos 10 dias, antes de começarem a melhorar. Mas elas vão melhorar", continuou.
Os empregos do 'staff' da Web Summit não estarão em risco, garantiram os executivos da organização, numa altura em que tem sofrido boicotes devido às afirmações do seu CEO sobre Israel.
[Notícia atualizada às 16h59]
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