É a primeira vez que um grupo de imprensa francês anuncia o recurso à Inteligência Artificial generativa no trabalho regular da sua equipa editorial.
O grupo Ebra (Crédit Mutuel) é o principal grupo de imprensa regional diária, detentor de nove publicações que abrangem 27 distritos do Este de França.
O modo de utilização da IA deve ser explicado na quinta-feira aos representantes dos trabalhadores para ser implementado nas próximas semanas e não haverá impacto nos empregos, garante a administração.
"A chegada da IA generativa às redações é inevitável e o nosso objetivo é antecipá-la ao testar as ferramentas disponíveis nos nossos processos de tratamento de informação", afirmou o diretor-geral das duas publicações, Christophe Mahieu.
Em comunicado enviado à France-Presse, o responsável do grupo acrescenta que "tal como as ferramentas de correção ortográfica usadas durante anos pelos jornalistas nas redações, trata-se simplesmente de testar as 'funções burocráticas' desta ferramenta de IA" que é o ChatGPT, da empresa norte-americana OpenAI.
O Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ) francês já afirmou, numa nota enviada à imprensa, que "não deixará as chaves da informação aos computadores".
"As premissas relevantes da deontologia e da ética jornalísticas não estão obsoletas, devem sobrepor-se à IA e isso é inegociável", frisou o SNJ.
A direção do L'Est Républicain e do Vosges Matin informou, por sua vez, que "a escolha e hierarquização da informação, a primeira e última revisões, assim como a validação final para publicação continuarão a ser da responsabilidade dos jornalistas da redação".
A duração da experiência vai depender dos resultados obtidos.
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