Depois de condenar Musk, Casa Branca cria contas no Threads
As autoridades norte-americanas acusaram o dono do X (antigo Twitter) de promover teorias antissemitas.
© Getty Images
Tech Casa Branca
A Casa Branca criou contas na plataforma Threads para o presidente e vice-presidente dos Estados Unidos, depois de uma semana marcada pelas críticas e condenações a Elon Musk devido a uma série de publicações polémicas na rede social X (agora Twitter).
As contas na rede social da Meta, que tenta competir diretamente com o X, foram criadas na segunda-feira, tendo sido também criadas contas para Jill Biden e Doug Emhoff, os parceiros de Joe Biden e de Kamala Harris respetivamente, e ainda uma conta para a Casa Branca em espanhol (LaCasaBlanca).
Em comunicado, citado pela NBC News, a presidência norte-americana afirmou que está "comprometida em encontrar-se com as pessoas onde elas estão" e que o Threads é "uma forma adicional de comunicar com o povo norte-americano".
Joe Biden, na sua primeira publicação na rede social como 'potus' (acrónimo em inglês de 'presidente dos Estados Unidos'), vincou o esforço da sua presidência "num dos momentos desafiantes da história onde as decisões que fazemos hoje vão determinar as próximas décadas". A Casa Branca partilhou a publicação, com um trocadilho em inglês.
Publicação de @whitehouseVer no Threads
A criação das contas surge depois de a administração Biden ter condenado duramente o multibilionário Elon Musk, dono do X, que fez uma publicação na semana passada em que promoveu uma teoria da conspiração antissemita. A publicação em si procurava abordar a "verdadeira verdade" sobre os judeus nos Estados Unidos, com a teoria com a qual Musk interagiu a ser a mesma que motivou um ataque a uma sinagoga em 2018, em Pittsburgh.
O comentário do empresário foi a uma publicação que acusava comunidades judaicas de promover "ódio contra brancos" e de promover políticas imigratórias com o objetivo de substituir a etnia branca. A publicação, assim como o grande destaque de contas e publicações antissemitas e racistas, está a levar a um boicote de várias empresas que anunciavam na rede social.
Teorias de supremacia branca, antissemitismo, islamofobia e discriminação no geral têm crescido exponencialmente nos últimos anos, especialmente no X, onde a gestão de Elon Musk tem cortado radicalmente na moderação de conteúdos ofensivos e de promoção de ódio. Musk, que garante que quer uma total liberdade de expressão no antigo Twitter, tem sido um dos principais promotores de várias teorias e notícias falsas sobre minorias étnicas e de género.
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