"Se a UE impõe restrições rigorosas à exportação de produtos de alta tecnologia para a China, por um lado, e espera aumentar significativamente as suas exportações para a China, por outro, receio que não faça sentido", disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.
Os presidentes do Conselho e da Comissão Europeia, Charles Michel e Ursula von der Leyen, e o principal diplomata do bloco, Josep Borrell, vão reunir-se na quinta e na sexta-feira com as autoridades do país asiático, retomando um encontro anual que foi suspenso durante os três anos da pandemia.
A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo. Em 2022, o comércio bilateral ascendeu a 865 mil milhões de euros, um montante recorde.
No entanto, o défice comercial para a UE nas trocas com a China aumentou de 154,7 mil milhões de euros, em 2018, para 396 mil milhões de euros, no ano passado, suscitando fortes reclamações por parte de Bruxelas, que acusa o país asiático de práticas comerciais "injustas".
Von der Leyen afirmou na terça-feira que "os líderes europeus não vão tolerar um desequilíbrio no comércio a longo prazo".
"A China é um parceiro fiável e indispensável para a UE", reagiu Wang em conferência de imprensa regular.
"A gestão adequada das diferenças através do diálogo e da consulta é importante para o desenvolvimento das relações entre a China e a UE", sublinhou.
"Esperamos que a parte europeia colabore com a China para encontrar um meio-termo, crie uma atmosfera positiva para que a reunião entre os líderes da China e da UE tenha sucesso e envide esforços conjuntos para o desenvolvimento saudável e estável das relações", acrescentou.
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