"A última vez que uma empresa diferente da Samsung ocupou o primeiro lugar no mercado de 'smartphones' foi em 2010", apontaram os especialistas esta segunda-feira, em comunicado.
O grupo californiano vendeu mais de 234 milhões de iPhones no ano passado, ou 20,1% do mercado global, segundo a IDC.
É a primeira vez que detém a maior quota deste mercado, sendo "o único 'player' do top-3 a apresentar um crescimento anual positivo", de 3,7%, nota Nabila Popal, diretora de investigação.
A marca Apple, no entanto, enfrentou "desafios regulatórios crescentes e uma concorrência renovada da Huawei na China, o seu maior mercado", acrescentou.
"O sucesso e a resiliência contínuos da Apple devem-se em grande parte à tendência crescente para dispositivos 'premium', que agora representam mais de 20% do mercado, às ofertas agressivas de troca para modelos mais antigos e aos planos de financiamento a taxa zero", vincou.
A Samsung surge assim na segunda posição, com mais de 226 milhões de dispositivos vendidos (-13,6%) e 19,4% do mercado global.
A gigante sul-coreana deve apresentar hoje em San Jose, coração do Silicon Valley norte-americano, novos 'smartphones' impulsionados por inteligência artificial (IA), um assunto muito em voga e ainda pouco discutido pela Apple nas suas conferências.
A concorrência no mercado de 'smartphones' é intensa, de acordo com Ryan Reith, vice-presidente do departamento da IDC dedicado a este mercado.
"A Apple certamente desempenhou um papel no declínio da Samsung, mas o espaço Android como um todo está a diversificar-se. A Huawei está de volta e a fazer rápidas incursões na China. Marcas como OnePlus, Honor, Google e outras estão a lançar dispositivos muito competitivos na faixa de preço mais baixa de o topo de gama", analisou ainda.
O grupo norte-americano destacou-se num contexto desfavorável: as vendas globais de 'smartphones' caíram 3,2% em 2023, para 1,17 mil milhões de unidades, o "menor volume anual numa década, devido em grande parte aos desafios macroeconómicos", explicou a IDC.
A empresa de consultoria espera, no entanto, uma recuperação em 2024, já com um crescimento anual de 8,5% no quarto trimestre de 2023.
[Notícia atualizada às 12:07]
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