A missão Chang'e 6, que segue os passos da sua antecessora Chang'e 5, é constituída por quatro componentes: um orbitador, um módulo de aterragem, um módulo de elevação e um módulo de reentrada.
O seu objetivo é recolher amostras de poeira e rochas lunares para análise na Terra, algo que até agora só foi conseguido pelos Estados Unidos, pela antiga União Soviética e pela China, mas nunca do lado da Lua não visível a partir da Terra.
Entre as cargas selecionadas está um instrumento de medição de radão da agência espacial francesa, que estudará o movimento da poeira lunar e certos compostos voláteis, informou a Administração Espacial da China.
A segunda é um retro refletor laser passivo do Instituto Nacional de Física Nuclear de Itália, que servirá de telémetro laser para o módulo de aterragem Chang'e 6.
O terceiro instrumento, desenvolvido pelo Instituto Sueco de Física Espacial com o apoio da Agência Espacial Europeia, será o primeiro instrumento dedicado a iões negativos enviado da Terra, procurando detetar iões negativos emitidos da superfície lunar em resultado da interação com o vento solar.
Mais de 20 propostas de agências espaciais e organizações de investigação estrangeiras competiram pela oportunidade de se juntarem à missão Chang'e 6 e aterrarem no lado menos conhecido da Lua, que até agora tem sido objeto de muita especulação por parte dos cientistas.
Citado pelo jornal oficial China Daily Yang Yuguang, vice-presidente do Comité de Transporte Espacial da Federação Astronáutica Internacional, disse hoje que a abertura das naves espaciais de um país a cargas científicas de outras nações se tornou "prática comum" entre as potências espaciais, uma vez que a cooperação internacional pode "maximizar o valor científico" de uma missão.
Está previsto que a Chang'e 6 aterre este ano na Bacia do Polo Sul-Aitken, uma região lunar que há muito intriga os cientistas.
Se a missão for bem-sucedida, será a primeira vez que se obtêm amostras da face oculta, o que poderá revelar informações valiosas sobre a história do satélite natural da Terra.
A mais recente sonda lunar chinesa, a Chang'e 5, viajou até à Lua em 2020, de onde recolheu 1731 gramas de amostras de solo.
O programa Chang'e (nome de uma deusa que, segundo a lenda chinesa, vive na Lua) começou com o lançamento da primeira sonda em 2007.
Nos últimos anos, Pequim investiu fortemente no seu programa espacial e alcançou marcos importantes, como a aterragem bem-sucedida das missões lunares referidas e a construção da sua própria estação espacial.
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