Este projeto conta com a participação de especialistas internacionais em inteligência artificial como Allaine Cerwonka, Virginia Dignum ou John Krakauer, de acordo com as entidades envolvidas.
O Bridge AI nasceu "da vontade de colocar Portugal na vanguarda da regulamentação da inteligência artificial" e "vai produzir um conjunto de recomendações para capacitar a sociedade e os decisores nacionais com o melhor conhecimento científico multidisciplinar orientado para a aplicação eficaz do AI Act [lei europeia da IA]", lê-se no comunicado.
O projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros e coordenado por Helena Moniz da Universidade de Lisboa e INESC-ID e por investigadores da Fundação Champalimaud e da Unbabel, e envolve dezenas de parceiros, entre os quais colaboradores do Turing Institute e do AI Office da União Europeia.
O objetivo é fazer a ponte entre a academia, empresas e o setor público, pelo que o Bridge AI "criou cinco grupos de trabalho, que irão analisar ao longo dos próximos meses várias dimensões da aplicação do AI Act, partindo da análise de casos oriundos do Center for Responsible AI".
Entre as questões que serão abordadas no âmbito deste trabalho e cujas conclusões e recomendações serão apresentadas em outubro próximo estão "que estratégia deve Portugal adotar para aumentar os níveis de literacia em IA"; "como abordar questões éticas nos processos de regulamentação da IA"; "quais são as melhores práticas em matéria de regulamentação e ética da IA fora da União Europeia"; e que "mecanismos devem ser adotados para garantir a aplicação efetiva do IA Act".
A IA "já tem grande impacto na vida de todos nós e em vários setores. É, por isso, importante garantir a melhor compreensão e aplicação do AI Act que é uma legislação verdadeiramente revolucionária", diz Helena Moniz, investigadora do INESC-ID e coordenadora do projeto, citada em comunicado.
"Perante o ruído que existe sobre este tema extremamente complexo, o Bridge AI nasceu para aumentar a literacia e disponibilizar à sociedade, aos decisores e líderes empresariais portugueses informação contextualizada e holística, servindo como ferramenta de apoio para que tomem decisões informadas e baseadas na evidência científica", acrescenta a investigadora.
O projeto Bridge AI "baseia-se em duas metodologias essenciais: uma primeira inspirada nos processos de decisão da União Europeia, através da constituição de grupos de trabalho focados em tópicos concretos e com objetivos e resultados a atingir, e uma segunda que pretende transpor de forma explícita e simples o conhecimento adquirido para a sociedade civil", refere o documento.
"Os casos de estudo analisados no âmbito do projeto Bridge AI são excelentes exemplos do potencial da IA para a melhoria do bem-estar da sociedade. No entanto, tendo em consideração os desafios éticos e legais que estes casos colocam, em particular na área da saúde, é necessária uma reflexão multidisciplinar para garantir que os benefícios são superiores aos riscos" e "este foi justamente um dos motores para o Bridge AI nascer", remata Helena Moniz.
O projeto tem mais três coordenadores, além de Helena Moniz, que são Joana Lamego, da Fundação Champalimaud, e Nuno André e António Novais, da Unbabel.
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