A página de 'login' do 'chatbot' da DeepSeek mostra "conexões" com a infraestrutura de computadores de propriedade da China Mobile, uma empresa estatal de telecomunicações.
Na sua política de privacidade, a DeepSeek reconheceu o armazenamento de dados em servidores dentro da República Popular da China, mas o seu 'chatbot' parece estar diretamente ligado ao Estado chinês através da ligação à China Mobile.
Os EUA alegaram a existência de laços estreitos entre a China Mobile e os militares chineses como justificação para impor sanções limitadas à empresa.
A DeepSeek e a China Mobile não responderam aos pedidos de esclarecimentos enviados pela AP.
O código que liga a DeepSeek a um dos principais fornecedores de telemóveis da China foi descoberto pela primeira vez pela Feroot Security, uma empresa canadiana de cibersegurança, que partilhou as suas descobertas com a Associated Press.
A AP levou as descobertas da Feroot a um segundo grupo de peritos informáticos, que confirmaram de forma independente que o código da China Mobile estava efetivamente presente.
Nem a Feroot nem os outros investigadores observaram a transferência de dados para a China Mobile quando testaram os 'logins' na América do Norte, mas não puderam excluir que os dados de alguns utilizadores estivessem a ser transferidos para a empresa de telecomunicações chinesa.
A análise aplica-se apenas à versão web do DeepSeek e não foi analisada a versão móvel, que continua a ser um dos programas mais descarregados nas lojas de aplicações da Apple e da Google.
A Comissão Federal de Comunicações dos EUA negou por unanimidade a autoridade da China Mobile para operar nos Estados Unidos em 2019, citando preocupações "substanciais" de segurança nacional sobre as ligações entre a empresa e o estado chinês.
A tendência é que os utilizadores estejam cada vez mais a colocar dados sensíveis nos sistemas de Inteligência Artificial (IA) generativa, desde informações comerciais confidenciais a detalhes altamente pessoais sobre si próprios.
As pessoas estão a utilizar sistemas de IA generativa para verificação ortográfica, investigação e até para consultas e conversas pessoais.
"As implicações desta situação são significativamente maiores porque as informações pessoais e exclusivas podem ser expostas. É como o TikTok, mas a uma escala muito maior e com mais precisão. Não se trata apenas de partilhar vídeos de entretenimento. É a partilha de consultas e informações que podem incluir informações comerciais altamente pessoais e sensíveis", disse o co-fundador da Feroot, Ivan Tsarynny.
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