Esta é uma das principais conclusões de um relatório elaborado por auditores europeus, que visou essencialmente avaliar se as medidas da UE para impulsionar a inovação no domínio da IA foram suficientes.
Segundo a auditoria, os investimentos de capital de risco da UE desde 2015 ficaram aquém dos das principais regiões de IA, ou seja, da China e dos Estados Unidos (EUA).
Os auditores dizem que a diferença de investimento global em IA entre os EUA e a UE duplicou entre 2018 e 2020, altura em que a UE ficou atrás em mais de 10 mil milhões de euros.
O membro do Tribunal de Contas Europeu responsável pela auditoria, Mihails Kozlovs, advertiu que, se a UE quiser alcançar a sua ambição, a Comissão e os Estados-Membros devem "unir forças de forma mais eficaz, acelerar o ritmo e libertar o potencial da UE".
Desde 2018, a Comissão Europeia e os países da UE adotaram um plano coordenado para aumentar o investimento em IA e adaptar a legislação existente, com o objetivo de colocar a UE na via da liderança mundial face à concorrência.
No entanto, o Tribunal de Contas considera que as ações da Comissão não foram bem coordenadas com as dos Estados-Membros, devido à falta de instrumentos de governação e das informações necessárias.
Em 2018, o plano da UE apelou aos Estados para que estabelecessem as suas estratégias nacionais de IA até junho de 2019, mas apenas 10 publicaram os seus planos antes do prazo, cinco fizeram-no mais tarde e quatro continuavam sem uma estratégia até ao final de 2023.
O relatório salienta ainda que a Comissão não tinha instrumentos de acompanhamento necessários para monitorizar o desempenho dos investimentos em IA.
Em resposta à auditoria, um porta-voz da Comissão Europeia salientou a adoção da Lei da Inteligência Artificial (uma área não abrangida pela análise do Tribunal de Contas) como um instrumento para "incentivar o desenvolvimento" de sistemas de inteligência artificial.
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