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Entrevista: "'O Senhor dos Anéis' tem um lugar especial no meu coração"

Ryan Conder é um especialista em efeitos especiais que parte da produção de 'Os Anéis do Poder', que acaba de ver lançada a sua segunda temporada.

A Prime Video lançou esta quinta-feira, dia 29, os primeiros três episódios da segunda temporada de 'O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder', série que continua a explorar as personagens e acontecimentos que tiveram lugar antes dos eventos de 'The Hobbit' e 'O Senhor dos Anéis', no mesmo universo mágico criado por J.R.R. Tolkien.

 

Depois do final da primeira temporada em que foi revelada a identidade do vilão Sauron, a segunda temporada promete ser mais ‘agitada’ e colocar o foco na ação das personagens e situações apresentadas no começo.

Esta maior magnitude significa, claro, uma escala superior e um nível de produção (ainda) maior do que aquele apresentado até agora. Foi neste contexto que o Notícias ao Minuto teve a oportunidade de falar com Ryan Conder, um dos especialistas de efeitos especiais que trabalharam para ‘dar vida’ à Terra Média imaginada por J.R.R. Tolkien.

Durante a entrevista, que pode ler abaixo, abordámos temas não só relacionados com o (inevitável) debate entre efeitos práticos e efeitos especiais, como também os principais desafios desta nova temporada de ‘Os Anéis do Poder’.

Esta nova temporada de ‘Os Anéis do Poder’ terá um total de oito episódios, o que significa que pode esperar pelo lançamento de mais cinco episódios ao longo das próximas cinco semanas.

Cresci na indústria com ‘O Senhor dos Anéis’ e todos os efeitos especiais que foram usados ao longo dos anos

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Reparei que já trabalhou em ‘franchises’ como a Marvel, ‘Star Wars’, ‘007’, entre outros. Participar em ‘Senhor dos Anéis’ é uma espécie de ‘bingo’ para si?

Não tinha pensado dessa forma [risos]. É engraçado porque parece que já trabalhei em grande parte das coisas em que queria trabalhar. Mas ‘O Senhor dos Anéis’ tem um lugar especial no meu coração. Comecei a trabalhar na indústria em 1997, pouco antes de a trilogia original ser lançada. Cresci na indústria com ‘O Senhor dos Anéis’ e todos os efeitos especiais que foram usados ao longo dos anos.

Falando como alguém que trabalha na área dos efeitos especiais, acha que a trilogia envelheceu bem deste ponto de vista?

De um ponto de vista prático, aprendemos muito com as técnicas usadas na trilogia original. Brincar com  escala, por exemplo, foi algo muito interessante e que se fez imenso na trilogia original. Fizemos muito isso nesta temporada.

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Sobre as suas experiências anteriores, esta parece ser uma das primeiras (ou uma das poucas) num projeto de fantasia. Em que medida é que é diferente? É mais desafiante?

Efeitos especiais são sempre desafiantes, independentemente do projeto. Há sempre um problema para resolver no qual ninguém pensou. É parte do nosso trabalho abrir caminhos onde não estivemos antes. É o que é entusiasmante na área. Especialmente a ver os trailers agora, em que conseguimos ver o resultado final e cenas em que trabalhámos tanto e ver que têm um aspecto fantástico.

As pessoas costumam pensar em profissionais da área como pessoas que ficam no estúdio e trabalham sobretudo à frente do computador. Em que medida é que isso corresponde à realidade? Visitam as localizações de filmagens?

Sim, visitamos. Se alguma coisa se mexe e não for um ator ou um animal, haverá pessoas de efeitos especiais nessa localização. Muitas das vezes estamos lá semanas antes dos outros membros do elenco e da produção. Há muita logística envolvida. Se nos esquecermos de uma coisa e é suposto ser filmado, temos muitas vezes de encontrar uma solução rapidamente.

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Os episódios desta segunda temporada de ‘Os Anéis do Poder’ têm novas localizações e personagens, mas em qual destas áreas é que esteve mais entusiasmado em trabalhar?

Para mim, pessoalmente, a escala dos ‘sets’ de filmagem é fenomenal e realmente és transportado para estes mundos diferentes. Tivemos ‘sets’ com árvores e que conseguimos fazer com que as pessoas achem que são florestas - mas sabes que estás num ‘set’. A escala e o tamanho de Khazad-dûm foram fenomenais. Foi como um parque infantil gigante para filmarmos… Há grandes cenas lá.

É excelente termos estes ‘sets’ reais - estas coisas reais - e ficamos entusiasmados quando estamos nestas áreas. Especialmente a cena de guerra que fizemos, com catapultas e muralhas de castelo que construímos … Foi tudo real e foi fenomenal estar lá na parte final, quando estava tudo a acontecer. Ver todo o trabalho que fizemos. Foi um grande empreendimento.

Trabalhei na primeira temporada e foi ótimo compreender o que vinha aí na temporada seguinte

Sente que esta temporada é mais ‘mexida’ do que a primeira? A primeira parece que tenta acomodar a entrada do espectador neste mundo, apesar de ter algumas cenas de batalha. A segunda temporada abre mais as portas para a ação e espetáculo?

Sem dúvida. Obviamente, a primeira temporada estava a apresentar as personagens e o mundo, tinha muita informação. Trabalhei na primeira temporada e foi ótimo compreender o que vinha aí na temporada seguinte. Sabia os nomes de todas as personagens, raças e áreas do mundo do Tolkien. Precisas da primeira temporada para te preparares para a segunda - é um épico, um thriller psicológico cheio de reviravoltas. Foi excelente fazer parte desta segunda temporada.

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Imagino que seja difícil trabalhar numa adaptação de alguma coisa que, apesar de estar descrito em livro, não tenha referências visuais para trabalhar. Como é que trabalha para criar este tipo de adaptações? Qual é o ponto de partida?

Muita colaboração com outros departamentos. No começo trabalhámos com os departamentos de design de produção e de arte - foram eles que construíram os ‘sets’. Foi um grande empreendimento sobretudo porque muitos dos ‘sets’ tinham fogo, o que é ótimo para os cinematógrafos, porque podem conseguir uma iluminação real. Especialmente o fogo da forja onde são feitos os anéis, fizemos isso de verdade. É uma forja com seis metros de diâmetro no meio de um ‘set’. Foi obviamente uma grande preocupação para mim, que tivéssemos um fogo de verdade.

A primeira temporada de ‘Anéis do Poder’ levantou um debate aceso entre os que preferem efeitos especiais mais práticos. Em que lado da ‘barricada’ é que está? Imagino que seja um debate em que esteja envolvido…

É um grande debate para mim, como profissional da área e falo com vários outros profissionais. Todos concordamos que uma colaboração entre as duas partes é a melhor solução. Os efeitos especiais puros estão a ficar fenomenais e há muita coisa em que não é preciso mais nada. Se há alguma coisa com atores e interação, é aí que nos envolvemos.

Há muitas cenas em que não poderias achar que são reais quando na verdade há efeitos especiais e cenas que poderias pensar que são efeitos especiais e que existem de verdade. É muito difícil de distinguir, hoje em dia. Especialmente a cena de guerra, há muita coisa que foi filmada naquela noite e que não foi adicionado nada posteriormente. O mesmo aconteceu na primeira temporada, em que são dezenas de orcs ‘reais’ e ‘sets’ que existem de verdade. É um empreendimento gigante, às vezes até temos de nos beliscar quando damos um passo atrás e admiramos o que temos à frente.

Leia Também: Sauron não se encara como vilão no regresso de 'Anéis do Poder', diz ator

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