A empresa norte-americana anunciou no sábado que a janela de lançamento de três horas terá início às 01h00 locais (06h00 em Lisboa) de segunda-feira, a mesma hora que hoje, a partir do Cabo Canaveral, no estado da Florida, no sudeste dos EUA.
O novo adiamento (o lançamento estava inicialmente marcado para sexta-feira) deve-se às condições meteorológicas da zona onde a Blue Origin quer aterrar e recuperar o propulsor do foguetão.
A missão pretende que o propulsor do New Glenn aterre em segurança numa plataforma no oceano Atlântico, tal como a rival norte-americana SpaceX, do empresário Elon Musk, faz com os seus Falcon 9.
O foguetão reutilizável, com 98 metros de altura e capacidade para transportar até 45 toneladas, deverá atingir a chamada órbita terrestre baixa, ou seja, mais do dobro da capacidade do Falcon 9, mas inferior à do Falcon Heavy, lançado pela primeira vez em 2018.
A missão, chamada NG-1, ajudará a nova linha de foguetões da Blue Origin a obter as certificações necessárias para realizar missões de segurança nacional para o Governo dos Estados Unidos.
"Vamos aprender, refinar e aplicar este conhecimento no nosso próximo lançamento", disse o vice-presidente sénior da New Glenn, Jarrett Jones, em comunicado.
Há vários anos que a Blue Origin transporta turistas ao espaço durante alguns minutos, no foguetão New Shepard.
A empresa pretende entrar no mercado de lançamento de satélites comerciais e militares, bem como no envio de naves espaciais para a Lua ou Marte.
Este voo inaugural irá representar "um grande passo em frente para a Blue Origin e para a indústria espacial", afirmou à agência de notícias France-Presse uma analista do setor aeroespacial, Laura Forczyk.
O desafio da empresa é competir com a SpaceX, que atualmente domina o mercado, bem como com o grupo americano ULA e o grupo francês Arianespace.
"Nos últimos anos, a SpaceX tem sido praticamente o único interveniente no setor dos lançamentos comerciais e militares", afirmou o antigo executivo da agência espacial americana e professor na Universidade de Stanford Scott Hubbard.
Se o lançamento for bem-sucedido, estão previstos outros voos do New Glenn este ano.
A empresa de Jeff Bezos já assinou contratos com vários clientes, incluindo com a NASA, para uma missão a Marte, prevista para a primavera, e com a Ártemis 5, para uma missão tripulada à Lusa em 2030.
A Blue Origin celebrou também contratos com o Governo norte-americano para missões de segurança nacional e com operadores comerciais para a instalação de satélites de Internet.
A empresa deverá também ser responsável pelo lançamento de alguns dos satélites da Amazon.
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