Surpreendente explosão rápida de rádio detetada em antiga galáxia "morta"

Uma equipa científica seguiu uma explosão rápida de rádio (FRB) até aos arredores de uma antiga galáxia elíptica "morta", um local sem precedentes para um fenómeno que até agora estava associado às galáxias muito mais jovens.

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Lusa
23/01/2025 07:52 ‧ há 6 horas por Lusa

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Esta é, segundo os astrónomos, uma descoberta inédita, que é detalhada em dois estudos complementares liderados pela Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, e pela Universidade McGill, no Canadá, e que destrói a suposição de que estas explosões de energia no universo vêm apenas de regiões de estrelas ativas.

 

As novas observações sugerem que a origem destes misteriosos fenómenos cósmicos pode ser mais diversa do que se pensava anteriormente, frisaram os cientistas, que publicaram os seus resultados no Astrophysical Journal Letters.

"Com esta nova descoberta, surge uma imagem que mostra que nem todas as FRB vêm de estrelas jovens. Pode haver uma subpopulação associada a sistemas mais antigos", destacou Tarraneh Eftekhari, da Northwestern.

Esta descoberta "mostra que, quando se pensa que se compreendeu um fenómeno astrofísico, o universo surpreende", sublinhou, por sua vez, Wen-fai Fong, da mesma universidade.

Os astrónomos detetaram pela primeira vez a nova FRB, denominada FRB 20240209A, em fevereiro de 2024, utilizando a experiência canadiana Chime.

As FRB, que surgem e desaparecem em milissegundos, são curtas e poderosas rajadas de rádio que geram mais energia numa única explosão rápida do que o sol do sistema solar da Terra emite num ano inteiro, realçou a Northwestern, em comunicado.

Este evento ocorreu mais do que uma vez: entre a explosão inicial em fevereiro e julho de 2024, a mesma fonte produziu outros 21 impulsos.

As observações, em vez de encontrar uma galáxia jovem, revelaram "surpreendentemente" que a FRB teve origem na orla de uma galáxia vizinha com 11,3 mil milhões de anos, localizada a apenas 2 mil milhões de anos-luz da Terra. Um ano-luz tem cerca de 9,46 triliões de quilómetros.

Para obter mais informações, a equipa utilizou computadores de alto desempenho para executar simulações. Descobriram que a galáxia é extremamente luminosa e incrivelmente massiva: 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.

"Parece ser a galáxia hospedeira de FRB mais massiva até à data", detalhou Eftekhari, acrescentando que está entre algumas das mais massivas que existem.

A maioria das rápidas rajadas de rádio têm origem nas profundezas das suas galáxias, mas a equipa seguiu esta até aos arredores, a 130 mil anos-luz do centro da galáxia, onde existem poucas estrelas.

A sua localização tão distante da galáxia hospedeira levanta questões sobre como eventos tão energéticos podem ocorrer em regiões onde não se estão a formar novas estrelas, salientou Vishwangi Shah, da McGill.

Antes desta descoberta, os astrónomos tinham localizado apenas uma outra FRB nas margens externas de uma galáxia. Em 2022, foi detetada uma explosão que emanava de um enxame estelar compacto na orla da galáxia Messier 81 (M81). Ambos os fenómenos partilham semelhanças.

Das quase 100 FRB que foram identificadas até agora numa galáxia, a maioria tem provavelmente origem em magnetares (estrelas de neutrões), que se formam a partir de supernovas de colapso do núcleo.

No entanto, os astrofísicos sugerem que a origem da FRB 20240209A pode ser semelhante à da explosão encontrada em M81.

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