A tecnológica chinesa pode ter adquirido os semicondutores "de várias formas", incluindo através de um intermediário ou treinando os seus modelos de IA generativa em centros de dados alugados noutros locais fora de Singapura, defendeu o jornal.
O artigo surgiu depois da agência de notícias financeiras Bloomberg e outros meios de comunicação social terem esta semana avançado que os Estados Unidos estão a investigar se a DeepSeek contornou as restrições à venda de semicondutores avançados da empresa norte-americana Nvidia à China, comprando 'chips' através de outros países, incluindo Singapura.
Na terça-feira, a secretária de imprensa da Presidência dos Estados Unidos, Karoline Leavitt, disse que o Conselho de Segurança Nacional norte-americano está a investigar as potenciais implicações do sucesso da DeepSeek.
O artigo do Straits Times coloca as notícias num cenário de "escrutínio cada vez mais intenso", à medida que aquece a corrida entre a China e os EUA para dominar o setor da IA, e diz que os analistas estão a alertar para uma possível expansão das restrições dos Estados Unidos ao acesso a semicondutores.
O jornal disse que as suspeitas se baseiam em parte no facto de Singapura ser o segundo maior comprador de 'chips' da Nvidia, a seguir aos Estados Unidos, o que "alimentou especulações" de que alguns "de alguma forma acabaram em empresas chinesas".
Um porta-voz da Nvidia disse ao Straits Times que, embora as transações sejam feitas por clientes em Singapura, sede de inúmeras multinacionais, os semicondutores são enviados principalmente para outros locais e "os envios para Singapura são insignificantes".
O parlamento dos Estados Unidos proibiu os funcionários de utilizar a DeepSeek, avançou o portal noticioso Axios na sexta-feira.
No mesmo dia, também o Governo de Taiwan proibiu os funcionários públicos e infraestruturas essenciais de utilizarem a DeepSeek R-1, alegando riscos para a "segurança nacional da informação".
A decisão de Taiwan surge um dia depois da Autoridade Italiana para a Proteção de Dados Pessoais ter ordenado o bloqueio "urgente e com efeitos imediatos" da DeepSeek, depois de não ter recebido informação solicitada.
Também os reguladores da Coreia do Sul, França e Irlanda (esta última a supervisionar vários grupos tecnológicos em nome da União Europeia) solicitaram informações sobre a forma como a aplicação lida com os dados dos utilizadores.
Na segunda-feira, a aplicação liderou a tabela de descargas na App Store, tanto na China como nos Estados Unidos, batendo o popular ChatGPT.
A ferramenta de código aberto teve um impacto significativo na comunidade internacional de programadores e no setor tecnológico devido à sua eficiência e baixo custo.
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