México pede à Google que corrija renomeação do Golfo do México

O governo mexicano pediu quinta-feira ao presidente executivo da Google, Sundar Pichai, que corrija nos seus mapas a zona que "erradamente" passou a designar por "Golfo da América" em vez de Golfo do México.  

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Lusa
31/01/2025 07:22 ‧ há 2 horas por Lusa

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A carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros do México, que Claudia Sheinbaum leu na sua conferência matinal, refere que "o nome Golfo do México não obedece a uma imposição de uma única fonte governamental, como erradamente sugere o Google".

 

"Pelo contrário, é um nome aceite e historicamente registado, que, além de constituir um costume internacional, está legalmente registado nos índices da Organização Hidrográfica Internacional (OHI), da qual fazem parte tanto o México como os Estados Unidos", disse.

O governo mexicano enviou esta carta para apresentar as suas reivindicações após a decisão do Google, que explicou na terça-feira na rede social X que renomeou o Golfo nos seus mapas para os Estados Unidos com o argumento de que é o nome oficial atual dessa área nesse país.

Mas o principal argumento de Sheinbaum é que a ordem assinada por Trump no seu primeiro dia de mandato, a 20 de janeiro, se aplica à plataforma continental do Golfo nos Estados Unidos, mas não à massa de água internacional.

A Presidente indicou que o direito internacional estabelece 12 milhas náuticas de soberania do Estado a partir da linha da costa, de modo que "se um país quiser mudar o nome de algo no mar seria apenas para as 12 milhas náuticas, não pode ser para o resto, neste caso, do Golfo do México".

"É fundamental que se saiba que, tendo em conta que o Golfo do México abrange áreas marinhas de três países, México, Cuba e Estados Unidos, o caso do decreto só poderia corresponder às 12 milhas náuticas a partir das costas dos Estados Unidos", observou.

Sheinbaum lembrou que nos mapas do século XVII, que já faziam referência ao Golfo do México, o atual território dos Estados Unidos e do Canadá também era chamado de "América Mexicana", razão pela qual ela também brincou com a possibilidade de pedir ao Google essa mudança.

"No final, pedimos ao Google que mostrasse o mapa que apresentámos em tempos no motor de busca quando se escreve América Mexicana", disse.

Na rede social X, a Google anunciou terça-feira ter renomeado o Golfo nos seus mapas para os Estados Unidos, argumentando que é o atual nome oficial da zona de acordo com Washington.

Uma das primeiras decisões de Donald Trump após ter tomado posse do cargo de Presidente, a 20 de janeiro, foi mudar o nome do Golfo do México para 'Golfo da América' e eliminar o nome indígena que o seu antecessor Barack Obama deu à montanha mais alta do país, a Denalim, no Alaska.

Trump justificou a decisão com a vontade de restaurar o nome antigo da montanha, que homenageava o Presidente William McKinley (1897-1901), admirado pelo atual chefe de Estado pelo seu uso das tarifas como ferramenta política e pelo seu historial colonialista.

Leia Também: Google Maps considera EUA um "país sensível", tal como a China e a Rússia

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