Os alvos desta "campanha global" de hackers incluem dissidentes chineses e uma grande organização religiosa dos Estados Unidos, os ministérios dos Negócios Estrangeiros dos países asiáticos e agências federais norte-americanas, destacou o Departamento de Justiça dos EUA, em comunicado.
O Departamento de Estado dos EUA ofereceu milhões de dólares em recompensas por informações que levem à detenção e/ou condenação de cada um dos 12 indiciados, todos alegadamente na China.
"Em alguns casos, os Ministérios da Segurança Pública (MPS) e da Segurança do Estado (MSS) da China pagaram a hackers privados para atacar vítimas específicas", sublinhou o Departamento de Justiça.
Mas "em muitos outros casos, os hackers atacaram vítimas aleatoriamente (...) para obter acesso a informações que poderiam vender direta ou indiretamente ao governo chinês", acrescentou.
"Continuaremos a lutar para desmantelar este ecossistema cibernético mercenário e proteger a nossa segurança nacional", garantiu Sue Bai, diretora da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça, citada no comunicado.
"Estes anúncios revelam que o Ministério da Segurança Pública da China pagou a hackers para prejudicarem digitalmente os americanos que criticam o Partido Comunista Chinês (PCC)", alertou Bryan Vorndran, da divisão de cibersegurança do FBI (polícia federal).
Oito funcionários de uma empresa chinesa de TI chamada Anxun Information Technology, também conhecida como i-Soon, bem como dois agentes do MPS estão a ser acusados pelos tribunais federais dos EUA em Nova Iorque por terem pirateado endereços de e-mail, telemóveis, servidores e sites de 2016 a 2023, de acordo com a acusação revelada hoje.
Os seus alvos incluíam uma grande organização religiosa que tinha enviado missionários para a China, bem como os ministérios dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Índia, Coreia do Sul e Indonésia, de acordo com as fontes.
Uma outra acusação, em Washington, capital federal, tem como alvo outros dois chineses, Yin Kecheng e Zhou Shuai, alegados membros do grupo de hackers cibernéticos "Silk Typhoon".
De acordo com a acusação, entre agosto de 2013 e dezembro de 2024, instalaram malware nos sistemas informáticos de empresas tecnológicas sediadas nos Estados Unidos, grupos de investigação, escritórios de advogados, contratantes de defesa, instituições locais, serviços de saúde e universidades, a fim de os piratear.
O Tesouro anunciou sanções contra Yin Kecheng em janeiro pelo seu alegado envolvimento no ciberataque que teve como alvo este departamento norte-americano.
Em dezembro, o Departamento do Tesouro informou que tinha sido vítima de um ataque informático, mas disse que isso não resultou no roubo de material confidencial.
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