"Estamos a fazer um trabalho melhor do que eles [na Europa]", considerou o membro da maioria republicana na Câmara dos Representantes.
"A América vai fazer isto melhor do que todos os outros na regulação da IA. Precisamos de criar um ambiente em que a inovação pode florescer", acrescentou.
Patrocinada pela empresa portuguesa de IA Feedzai, esta é a primeira edição da HumanX e o objetivo é debater os riscos e oportunidades da tecnologia de olhos postos na necessidade de criar confiança na IA.
Uma das bases dessa confiança é a existência de salvaguardas, pelo que a regulação foi um tema focal da sessão inaugural.
Obernolte negou que a IA esteja desregulada nos Estados Unidos, referindo que há reguladores setoriais e legislação dos estados, e considerou que este cenário é melhor do que o europeu. "Os requisitos de licenciamento universal da Europa estão a esmagar a inovação", assentou.
A ideia é que, contrariamente à UE, o país encara os riscos da IA como contextuais, ou seja, não advêm da tecnologia em si mas do tipo de aplicação que se faz dela.
O governante falou da necessidade de uma "caixa de ferramentas" para que os reguladores possam fazer testes e análises caso a caso. "É muito claro que a regulação setorial que temos nos EUA é a que mais beneficia a economia", considerou o congressista.
Jay Obernolte é um dos líderes da força de trabalho criada no Congresso, juntamente com o congressista democrata Ted Lieu (36.º distrito) para conceber um enquadramento legal para a Inteligência Artificial, depois de várias tentativas de legislação terem falhado no passado.
"O nosso relatório faz mais de oitenta recomendações que esperamos que sirvam como lista para o Congresso", explicou, frisando que o processo permitiu aos 24 membros da força de trabalho aprender muito sobre os desafios de regular a IA.
Outra diferença entre os Estados Unidos e a Europa, defendeu o congressista, é que os norte-americanos não querem uma legislação gigantesca de 3.000 páginas à semelhança da europeia. "Acreditamos que a regulação da IA vai exigir um esforço concertado durante anos e vai mudar conforme novas formas de implementação da IA se tornarem aparentes", disse.
O congressista gostaria de ver legislação federal sobre a privacidade, porque neste momento há 28 estados com padrões diferentes. Mas disse não acreditar que se está à beira da Inteligência Artificial Geral (AGI, na sigla inglesa) e que os EUA já estão a regular da forma que interessa neste momento.
"Neste país, acreditamos em regular resultados, não ferramentas. E a IA é uma ferramenta".
A HumanX arranca hoje oficialmente e vai decorrer até quinta-feira, 13 de março, no hotel Fontainebleau em Las Vegas. Terá intervenções dos portugueses Nuno Sebastião e Pedro Bizarro (Feedzai) e Daniela Braga (Defined.ai).
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