"Os 'wearables' [tecnologia vestível], neste momento, face àquilo que foram os dados do ano passado, representam 55% das vendas totais da Huawei em Portugal", adiantou Madalena Cabrita, 'public relations manager' da Huawei Consumer BG Portugal.
Com um peso superior à das vendas dos 'smartphones' (telemóveis inteligentes), as vendas destes dispositivos apresentaram já em 2023 "um número bastante idêntico" ao de 2024, adiantou a responsável.
"Tem sido um comportamento que se tem vindo a refletir nos últimos anos, também muito fruto da aposta que a Huawei tem vindo a fazer no segmento de 'wearables'", prosseguiu a Madalena Cabrita, adiantando que a tecnológica chinesa tem apostado nesta área.
"Temos apresentado elementos diferenciadores do mercado, como é o caso do Watch D2 [relógio inteligente que mede a pressão arterial] que apresentámos hoje", dispositivo que já tinha sido lançado em outros mercados europeus.
No caso de Portugal, "tivemos aqui todo um processo com o Infarmed, que é quem legisla estes dispositivos", para que este fosse certificado, disse.
Sobre o tipo de dispositivos 'wearables' mais vendidos da tecnológica em Portugal, a responsável apontou os 'smartwatches' [relógios inteligentes].
"É o dispositivo que as pessoas mais têm vindo a procurar, a Huawei tem feito aqui não só um caminho de trazer tecnologia, inovação e elementos diferenciadores" como o relógio hoje apresentado, "mas também termos 'smartwatches' que sejam visualmente mais apelativos", referiu Madalena Cabrita.
A responsável adiantou que "faz parte" dos planos da Huawei Consumer BG Portugal "continuar a crescer no segmento dos 'wearables'" e "reforçar a presença no mercado", fazendo um balanço "positivo".
A Huawei Consumer BG é uma das três unidades de negócio da Huawei e integra as áreas de 'smartphones', PC, 'tablets' e 'wearables', entre outros.
Questionada sobre se as notícias recentes sobre o grupo Huawei estão a ter impactos reputacionais na marca, a responsável escusou-se a fazer comentários: "Neste momento, e como este é um evento de consumo, não fazemos quaisquer comentários às mais recentes notícias relacionadas com outros temas".
A Comissão Europeia suspendeu quaisquer reuniões com representantes da Huawei enquanto decorre a investigação criminal por alegada corrupção, envolvendo o Parlamento Europeu e a empresa tecnológica chinesa.
"A Comissão deu instruções a todos os gabinetes e serviços no sentido de suspenderem imediatamente quaisquer reuniões planeadas com a Huawei até nova ordem, permitindo assim que a investigação criminal belga siga o seu curso", disse hoje o porta-voz do executivo comunitário para a área da Transparência, Olof Gill.
Na sexta-feira, o Parlamento Europeu decidiu, como medida de precaução, proibir o acesso à instituição europeia de representantes ligados à Huawei devido à alegada corrupção envolvendo profissionais do lóbi e que terá ramificações em Portugal, e a China pediu que não se politize questões comerciais nem se recorra a "medidas infundadas" para reprimir empresas chinesas.
Em 13 de março, as autoridades belgas realizaram uma vintena de buscas no âmbito de uma investigação de corrupção no Parlamento Europeu, envolvendo lobistas da Huawei, e que terá ramificações em Portugal, segundo o jornal belga Le Soir.
A alegada corrupção envolveu presentes de valor, incluindo 'smartphones' da tecnológica chinesa, bilhetes para jogos de futebol (a Huawei tem camarote privado no Lotto Park, estádio do RSC Anderlecht) ou transferências de alguns milhares de euros.
De acordo com o código de conduta dos eurodeputados, qualquer objeto oferecido por um terceiro de valor superior a 150 euros deve ser declarado e inscrito publicamente no registo de ofertas.
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