Se acompanha as grandes tendências do mundo da televisão é provável que já tenha ‘dado de caras’ com a história de Natalia Grace que, depois de receber uma série documental com várias temporadas, teve direito a uma nova adaptação da Disney+ - de nome ‘Good American Family’ - que estreou esta quarta-feira, dia 9.
Ao contrário de um documentário ou de uma série com várias temporadas, esta nova adaptação tem o formato de uma minissérie e que procura dar aos espectadores múltiplas perspectivas desta história.
Foi sobre esta abordagem que estivemos à conversa com Dulé Hill e Christina Hendricks, dois dos atores que compõem o elenco de ‘Good American Family’ e que falaram não só sobre o que esta minissérie tem para oferecer, como também sobre as virtudes do formato.
Pode ler abaixo a entrevista a estes dois atores.
Dulé Hill e Christina Hendricks © Disney
Esta história tem uma série documental com algumas temporadas. O que é que esta minissérie pode adicionar à história?
Dulé Hill: A principal coisa que esta minissérie pode adicionar são as múltiplas perspectivas. Já vi a série documental e sou um fã, mas o que me intrigou acerca desta minissérie foi como as perspectivas mudam ao longo dos episódios. Eu pensava que conhecia a história, mas à medida que lia os guiões houve uma mudança no que eu achava que sabia.
Deu-me uma compreensão mais profunda sobre como as pessoas chegaram onde chegaram. Acho que me fez apreciar mais a força e resiliência da Natalia [Grace], por ser capaz de aguentar tudo o que aguentou.
Christina Hendricks: Concordo. Penso que muitas pessoas tinham ideias pré-concebidas sobre esta história. Pode tê-la seguido do princípio ao fim ou visto apenas alguns pedaços nas notícias. À medida que dizia às pessoas à minha volta que ia entrar nesta minissérie, as pessoas diziam-me, ‘Essa não é aquela história em que…’, e os factos estavam todos baralhados e não eram precisos.
Penso que se virem esta minissérie do princípio ao fim terao uma compreensão muito mais clara de como esta história ficou tão louca e como estas pessoas chegaram a circunstâncias tão bizarras e extraordinárias. Poderão ver o que [a família] Barnett pensaram e depois ver o que a Natalia disse. Julgo que isso ainda não foi mostrado.
Vejo com muito bons olhos o regresso deste formato que permite aos atores ‘mergulharem’ na história e aprofundar as personagens
No que diz respeito a séries de televisão, penso que, atualmente, temos dois opostos: múltiplas temporadas de uma história ou apenas uma minissérie. Sentem contar uma história com um número limitado de episódios é a escolha ideal?
DH: Penso que depende da história. Não acho que um formato seja ideal para tudo. Considero que tens de perceber que tipo de história tens à tua frente e qual é o melhor formato para a contar. Para algumas delas pode ser um filme, para outras pode ser uma série com sete ou oito temporadas… Ou, falando da Ellen Pompeo [de ‘Anatomia de Grey’], até mais de 20 temporadas [risos]. E para algumas histórias o ideal será oito episódios.
Penso que toda a equipa criativa fez um trabalho excelente ao decidir contar esta história em oito episódios, porque permite que o pêndulo balance de uma direção para a outra. E também deixa os espectadores tirarem as suas próprias conclusões finais.
CH: Eu cresci numa altura em, quando era lançada uma minissérie, toda a família se juntava e era um grande evento. E eram produções grandes e memoráveis sobre as quais falavas durante anos.
Por isso, vejo com muito bons olhos o regresso deste formato que permite aos atores ‘mergulharem’ na história e aprofundar as personagens, que é algo que nem sempre conseguimos fazer. Por isso estou a gostar que isto seja uma tendência e que tenhamos muitas mais destas minisséries. Penso que é excelente.
‘Good American Family’ já tem disponíveis os primeiros cinco episódios. Os três próximos episódios serão lançados nas próximas três semanas.