Cientistas da Universidade do Colorado observaram uma colisão entre duas protoestrelas ‘bebés’ que causou uma explosão assustadora, remodelando toda a nuvem molecular que lhes deu origem.
Ambas as protoestrelas formaram-se há cerca de 100 mil anos numa ‘creche estelar’ na Nebulosa de Órion (OMC-1), a cerca de 1.500 anos-luz de distância da Terra.
Por volta do século XVI, estas duas protoestrelas colidiram e causaram uma explosão que espalhou o resto da ‘creche’ por toda a Nebulosa.
Ao longo dos séculos seguintes, a explosão soltou tanta energia quanto o Sol emitiria no decorrer de 10 milhões de anos.
"O que nós observamos nesta creche estelar é que uma vez calma é uma versão espacial dos fogos de artifício, com flâmulas disparando em todas as direções", disse o cientista John Bally, cuja equipa publicou as suas descobertas na revista especializada Astrophysical Journal.
As observações foram conduzidas no âmbito do Atacama Large Millimeter Array (ALMA), o rádio-observatório chileno.
As nuvens moleculares são os lugares onde as estrelas se formam à medida que quantidades insondáveis de pó espacial se reúnem num determinado ponto.
Estas estrelas jovens, que continuam a ser ‘amamentadas’ pelos seus parentes-nuvens moleculares, são chamadas de protoestrelas e só passa a ser consideradas estrelas genuínas depois de passarem por um processo de fusão nuclear que lhes permite libertarem-se das suas nuvens moleculares.
Acredita-se que a OMC-1 é a mais conhecida destas ‘creches’ estelares e pode ser claramente observada no céu noturno como parte da constelação de Órion. Nos últimos anos, os astrónomos passaram a interessar-se cada vez mais por estas estrelas ‘bebés’ que, antigamente, eram pequenas e fracas demais para serem estudadas em detalhe, particularmente porque uma nuvem molecular podia bloquear a vista.
Com o desenvolvimento dos telescópios e de outros equipamentos, o estudo das protoestrelas tornou-se mais fácil.