Apesar desta reviravolta, as ações da Tesla, a principal fonte de riqueza de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, subiam mais de 4% na manhã de quinta-feira, bem acima do resto do mercado.
Um documento do Departamento de Estado sobre as aquisições planeadas pelo departamento, publicado há anos no âmbito dos seus esforços de transparência, mencionava a compra planeada de veículos blindados da Tesla para serem utilizados pelas embaixadas americanas nos próximos cinco anos, com um custo de 400 milhões de dólares.
Depois de vários meios de comunicação social terem mencionado este contrato com a Tesla, o documento disponível online foi modificado para se referir apenas a "veículos elétricos blindados", sem especificar o nome do fabricante.
O Departamento de Estado declarou então que o nome da Tesla tinha sido acrescentado incorretamente, uma vez que esta empresa tinha sido a única a responder a um convite à manifestação de interesse, antes da publicação de um concurso.
"Não foi adjudicado qualquer contrato governamental à Tesla ou a qualquer outro fabricante de automóveis para produzir veículos elétricos blindados para o Departamento de Estado", declarou um porta-voz do departamento.
O convite à manifestação de interesse está "suspenso e não há atualmente planos para o lançar", acrescentou o porta-voz.
O próprio Elon Musk negou que a Tesla tivesse ganho o contrato, pelo menos na sua totalidade. "Tenho quase a certeza que a Tesla não vai receber 400 milhões de dólares. Ninguém me disse nada, pelo menos", escreveu na sua plataforma X.
Os esforços para equipar as entidades governamentais dos EUA com veículos elétricos foram iniciados durante o mandato do Presidente Joe Biden, e o documento original referente a um contrato com a Tesla datava de dezembro, antes da tomada de posse de Donald Trump.
Apesar da sua proximidade com Elon Musk, Donald Trump prometeu reverter os esforços da administração Biden para promover a utilização de veículos elétricos e as suas outras iniciativas para combater o aquecimento global.
Elon Musk, nomeado por Donald Trump para dirigir o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), lançou uma vasta ofensiva para reduzir a despesa pública, revirando o funcionamento do Estado federal americano com métodos que foram criticados como brutais.
Musk defendeu na quarta-feira na Casa Branca cortes na despesa federal para fazer face a "um défice de 2 biliões (milhão de milhões) de dólares", alegando que se nada for feito "o país vai à falência".
Estas foram as primeiras declarações na qualidade de chefe do departamento que é altamente contestado pelos democratas, que consideram as ações do DOGE ilegais.