Estes airbags podem causar ferimentos graves e já causaram pelo menos uma morte na França continental e onze no estrangeiro, onde o clima degrada um dos seus componentes mais rapidamente, segundo o Ministério dos Transportes.
Volkswagen, Nissan, BMW e Toyota, entre outras marcas, recolheram milhões de veículos equipados com estes perigosos airbags, estando ainda hoje a decorrer campanhas de recolha.
Após vários acidentes fatais, uma primeira campanha de imobilização - denominada "stop drive" - já tinha sido lançada pela Citroën e pela DS no início de 2024 no sul da Europa e no Magrebe, imobilizando milhares de condutores durante semanas. Em França, isto aplicava-se ao sul do país e aos territórios ultramarinos.
A decisão de iniciar 'recalls' [recolhas, em português] nestas regiões foi tomada "com base em critérios climáticos de longo prazo de calor e humidade", os dois fatores que danificam estes airbags, de acordo com a Stellantis, empresa-mãe da Citroën e da DS.
Os veículos afetados pelo 'recall' de hoje estão localizados a norte de uma linha Lyon-Clermont-Ferrand e foram registados entre 2008 e 2013. A Citroën já os tinha convocado para irem à garagem desde janeiro de 2025, mas sem os imobilizar.
Novos testes realizados num automóvel em Loire-Atlantique, a norte desta linha, mostraram uma "degradação das propriedades" do nitrato de amónio, o produto utilizado para insuflar o assento em caso de acidente.
O grupo Stellantis decidiu, por isso, alargar a medida de imobilização ao resto da França "por precaução".
Desde abril de 2024, no âmbito da primeira vaga de recalls lançada no sul da Europa e no Magrebe, foram reparados mais de 400.000 automóveis, dos 530.000 Citroën C3 e DS3 vendidos entre 2009 e 2019 nas zonas em questão.
Os veículos vendidos entre 2014 e 2019 no norte de França e noutros países europeus, como Alemanha, Áustria ou Suíça, num total de 869 mil veículos, estarão sujeitos a futuras vagas de recolha, mas sem imobilização, especificou a Stellantis.
Ao mesmo tempo, vários proprietários de C3 apresentaram queixas contra a Stellantis por "colocar em risco a vida de outras pessoas" e "práticas comerciais enganosas", exigindo compensação financeira em particular.
O escândalo Takata, que eclodiu em 2014, levou a fabricante japonesa à falência.
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