Tal como os frigoríficos, congeladores, máquinas de lavar loiça e roupa, todos os televisores, sejam eles vendidos em lojas físicas ou 'online', contam com nova etiqueta energética, desde março. Com uma escala que vai de A a G e valores mais apertados para cada patamar de eficiência, a nova etiqueta 'empurrou' para o fundo da tabela muitos televisores, afirma a DECO Proteste. Isto não significa que o equipamento passou a consumir mais eletricidade, as autoridades europeias é que se tornaram mais rigorosas.
Cerca de sete meses após a transição entre as duas escalas de eficiência, a defesa do consumidor analisou o impacto desta alteração. E, como esperado, os rebaixamentos foram expressivos.
Os primeiros dados recolhidos mostram que a nova etiqueta "já está a dar alguns frutos" e apontam para uma melhoria, "ainda que discreta", na classificação dos novos televisores. Porém, deve-se continuar a monitorizar o mercado, para se avançar com conclusões mais sólidas, salienta a DECO.
Nos últimos dois anos, a defesa do consumidor testou quase mil televisores, a grande maioria LCD e OLED, com diagonais de 32 a 65 polegadas. Durante os testes, foram aplicados aos consumos destes painéis as fórmulas da nova e da antiga etiqueta. O resultado? A esmagadora maioria dos televisores teria a etiqueta A, ou superior, para uma situação em que os mesmos modelos receberiam a classe F ou inferior.
Estas nossas medições permitiram verificar ainda que os painéis que recorrem à tecnologia LCD gastam menos do que os OLED. Já os aparelhos mais simples, com ecrãs de resolução mais modesta e sem HDR, tendem a consumir menos energia.
O que mudou?
Segundo a DECO, constatou-se que há agora maior percentagem de televisores das novas classes E e F, e menos da G. Também verificou que, no canto superior direito, o código QR, que pode ser lido com o telemóvel, é um novo elemento na etiqueta que permite aceder a informação oficial sobre o televisor.
A classe energética surge logo abaixo e agora vai de A a G, em vez de A+++ a D. As classes de eficiência das duas escalas não têm correspondência. Como tal, um televisor que dantes pertencia à A pode agora ser remetido para a G.
Mais ainda, na etiqueta antiga, era indicado em kWh por ano, para um cenário de funcionamento diário de quatro horas, sem contabilizar o gasto em standby. Agora, é referido o consumo por cada mil horas de funcionamento sem o modo HDR ativado, faz sobressair a DECO.
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