Casas em Espanha poderão ficar mais caras. Risco de bolha imobiliária?

"O problema é se o preço das casas subirem. Se aumentarem 9% como na Alemanha, ou 20% como nos Estados Unidos, isso vai levar a uma bolha", revelam analistas e académicos ao El País.

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Notícias ao Minuto
10/01/2022 12:36 ‧ 10/01/2022 por Notícias ao Minuto

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Habitação

"O mercado imobiliário espanhol está a aquecer, mas não se pode falar de bolha. Pelo menos, por enquanto", começa por citar o El País, as opiniões de analistas e académicos. Em linha com o crescimento económico e dos preços, estima-se que os preços das casas irão continuar a subir durante este ano.

No entanto, as "exuberâncias" de que o Banco Central Europeu (BCE) fala, isto porque o termo 'bolha' é um termo 'tabu' desde 2008, salienta o jornal, parecem refletir-se mais em outros mercados imobiliários europeus do que em Espanha. Ainda que se trata de um "setor cada vez mais exposto às tendências globais de investimento, ninguém descarta um contágio."

Para saber se virá aí uma bolha imobiliária ou não, é preciso definir a situação e, para Ignacio de la Torre, economista chefe da Arcano Partners, esta está ligada ao acesso à habitação. Assim, De la Torre propõe analisar a taxa de esforço (a percentagem do orçamento que uma família destina a pagar a habitação).

"Acima de 35% considera-se que estamos perante um mercado em tensão, e, em 2006, a Espanha estava nos 46%", enfatiza o analista. Mas, neste momento, essa taxa média em Espanha está entre os 30 e os 32%. "O problema é se o preço das casas subirem", acrescenta o economista. "Se aumentarem 9% como na Alemanha, ou 20% como nos Estados Unidos, isso vai levar a uma bolha".

O serviço de investigação do CaixaBank (um dos três maiores bancos espanhóis em número de clientes) acredita que o preço da habitação duplicará e chegará aos 4% em 2022, escreve o jornal.

"Há alguns sintomas preocupantes", resume Gonzalo Bernardos, diretor do Mestrado em Consultoria Imobiliária, Gestão e Promoção na Universidade de Barcelona. Contudo, o diretor só aponta para um "perigo de uma bolha light'".

Ainda assim, "se não houver crise económica e se os bancos não passarem por grandes dificuldades, poderá haver apenas uma paragem do mercado e uma descida dos preços", acrescenta. Deste modo, essa bolha "light”, que “nunca chegaria antes de 2024", ficaria a dever-se ao desequilíbrio entre a oferta de casas novas e a alta procura.

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