O filme 'Rafiki' conta uma história de amor entre duas mulheres e foi censurado no Quénia, onde a homossexualidade é ilegal. No entanto, uma decisão judicial revelada esta sexta-feira suspendeu a proibição por sete dias, o que permitirá que a obra seja inscrita como candidata a uma nomeação para os Óscares.
Para que possa ser candidato aos prémios norte-americanos, o filme tem de ser exibido em sala no Quénia. Com a decisão judicial, 'Rafiki' será mostrado em alguns cinemas do país, entre os dias 23 e 29 deste mês, mas restringido apenas a adultos.
Banido no Quénia, 'Rafiki', primeiro filme de Wanuri Kahiu, teve estreia mundial em maio, no festival de cinema de Cannes, e já foi exibido noutros países.
Para o Conselho de Classificação de Filmes, a decisão do tribunal representa "um momento triste e um grande insulto não só para a indústria cinematográfica como para todos os quenianos que apoiam a moralidade".
Na rede social Twitter, a realizadora Wanuri Kahiu mostrou-se emocionada com a decisão: "Estou a chorar! Que alegria! A nossa Constituição é forte! Demos graças à liberdade de expressão! Conseguimos!".
I am crying. In a french airport. In SUCH Joy! Our constitution is STRONG! Give thanks to freedom of expression!!!! WE DID IT! We will be posting about Nairobi screening soon. Follow @rafikimovie
— Wanuri (@wanuri) 21 de setembro de 2018
A cerimónia dos Óscares está marcada para 24 de fevereiro. Os nomeados serão conhecidas semanas antes, a 22 de janeiro.
O candidato de Portugal a uma nomeação, para o Óscar de melhor filme estrangeiro, é 'Peregrinação', de João Botelho.