Intitulada "Rubens, Brueghel, Lorrain. A Paisagem do Norte no Museu do Prado", a exposição vai ficar patente no MNAA até 30 de março de 2014.
A mostra de mestres flamengos, holandeses e franceses é a primeira realizada no âmbito de um acordo com o museu espanhol, que cedeu 57 pinturas selecionadas do seu acervo.
São pinturas criadas por 31 mestres, provenientes sobretudo da antiga Flandres e da atual Holanda, como Rubens, Brueghel e Vlieger, e alguns franceses, como Claude Lorrain, que passou quase toda a vida em Itália, especializando-se na pintura de paisagem.
Na passada semana, numa visita guiada à agência Lusa, José Alberto Seabra, diretor-adjunto do MNAA, disse que "é a primeira vez que se faz em Portugal uma exposição de paisagem da pintura antiga com esta dimensão".
O ineditismo da mostra tem duas razões essenciais: uma é "a boa relação com uma das melhores pinacotecas do mundo, o Museu do Prado, de vêm todas estas peças", e a outra, "porque os pintores nacionais nunca se dedicaram muito a este género, a não ser a partir do século XIX".
Em setembro, quando o acordo foi assinado, o diretor do MNAA, António Filipe Pimentel, salientou que esta parceria inédita com a Espanha, na área da cultura, poderá "contribuir para inverter a atual tendência do baixo consumo cultural em Portugal", como revelou, nesse mês, um estudo europeu.
O responsável salientou ainda a importância de ser o MNAA o primeiro museu estrangeiro com o qual o Prado assina uma parceria para diversas iniciativas, desde exposições a investigação.
Por seu turno, o diretor do Museu do Prado, Miguel Zugaza, em declarações à agência Lusa, apontou que este protocolo de colaboração "é também uma saída nestes momentos de dificuldade".
"O trabalho dos museus gera uma boa economia, e é muito importante para avançar com a sociedade neste momento complicado", sustentou.
"Paisagem Alpina", de Tobias Verhaecht, "A vida no Campo" e "A Abundância", de Jan Brueghel, o Velho, "A Visão de Santo Huberto", pintada em colaboração com Rubens, "Cerco de Aire-sur-la-Lys", de Peeter Snayers, e "Bosque", de Simon de Vlieger, são algumas das obras que o público em geral poderá ver no MNAA, a partir de quarta-feira.
Comissariada por Teresa Posada Kubissa, conservadora do Museu do Prado, da área de pintura flamenga e das Escolas do Norte (até 1700), a exposição é dividida em nove núcleos, correspondentes às diversas tipologias da paisagem, surgidas na Flandres e na Holanda: "A Montanha: encruzilhada de caminhos", "O Bosque como Cenário: a vida no bosque, o bosque bíblico e a floresta encantada, encontro de viajantes".
Os restantes núcleos são "Rubens e a Paisagem", "A Vida no Campo", "No Jardim do Palácio", "Paisagem de Gelo e de Neve", "Paisagem de Água: marinhas, praias, portos e rios", "Paisagens Exóticas, Terras Longínquas" e, ainda, "Em Itália Pintam a Luz".
O preço da entrada para a exposição é de seis euros, metade para jovens e seniores, e gratuito para crianças até aos seis anos.
Realizada em parceria com a Everything is New, empresa que irá produzir e divulgar a mostra, a exposição é inaugurada oficialmente na terça-feira, às 18:30, e permanece patente até 30 de março de 2014.