Segundo Joaquim Ruivo, o facto de o monumento Património da Humanidade da UNESCO ter sempre permitido aos turistas um percurso "muito linear e não cruzado" apresenta-se agora "em seu benefício", pelo que as limitações ao circuito habitual de visita "não serão muito significativas".
O diretor realçou à agência Lusa que os espaços utilizados pelos visitantes são, sobretudo, "abertos e amplos", como na igreja, nos claustros e nas Capelas Imperfeitas. "Isso favorece a medida de distanciamento entre visitantes".
As principais alterações vão surgir nos espaços mais exíguos, como a Capela do Fundador, "onde só poderão permanecer 13 visitantes ao mesmo tempo", ou a Sala do Capítulo.
"Chegavam a estar mais de cem visitantes a presenciar o render da guarda de honra ao túmulo do Soldado Desconhecido" - que só voltará acontecer a partir de 01 de junho - "e, agora, só poderão permanecer 15 pessoas". Nas Capelas Imperfeitas, a lotação estará limitada a 30 visitantes, na loja a quatro e o Museu da Liga dos Combatentes a 11.
Limitações como estas ou as relativas ao uso obrigatório de máscara pelos visitantes e ao distanciamento social mínimo de dois metros no acesso à bilheteira serão "devidamente assinaladas", sendo que também haverá um tempo máximo de visita recomendado, "entre 45 minutos a uma hora", para evitar aglomerações.
"Esta pandemia exige de todos nós uma grande responsabilidade. Dos visitantes - porque nada substitui a responsabilidade individual e o civismo - e de todos os funcionários do serviço", sublinha o diretor.
O Mosteiro da Batalha funcionará, no restante, sem redução ou limitação do número de funcionários ou escalas de serviço. Suspenso para já continua o serviço educativo, que inclui visitas encenadas ao museu, e as excursões das escolas. De volta à igreja estará o culto religioso.
O diretor do terceiro monumento mais visitado do país, dos que estão sob alçada da Direção Geral do Património Cultural, acredita que as limitações criadas são "relativas", porque não é expectável uma afluência comparável à anterior à pandemia de covid-19.
"Os circuitos turísticos internacionais estão paralisados e o afluxo de visitantes será muito menor", frisa Joaquim Ruivo.
Este será, por isso, um momento para incentivar o turismo nacional, sobretudo aos fins de semana, porque a população está "saturada de um confinamento demorado".
"Quem sabe esta é uma boa oportunidade dos visitantes nacionais irem aos seus monumentos e museus, dando razão ao princípio de que uma crise é também uma oportunidade".
Em todo o caso, está comprometida a afluência elevada que o Mosteiro da Batalha tem conhecidos nos últimos anos.
"Todas estas 'imposições' são novas e se elas tiverem que permanecer por muito mais tempo, não será possível acolher quase meio milhão de visitantes como até aqui", conclui.