Num balanço da exibição cinematográfica em 2020, a UNIC dá conta de uma perda de 6,2 mil milhões de euros de receita de bilheteira (70,6%) nas salas de cinema dos 38 países em que está representada, incluindo Portugal, embora o impacto da pandemia da covid-19 tenha tido resultados diferentes no território europeu.
A organização refere, em comunicado, que os dados "são uma consequência direta do impacto da pandemia da covid-19 na indústria cinematográfica" e surgem depois de "um 2019 bastante bem sucedido, em que os cinemas europeus registaram mais de 8,8 mil milhões de euros de receitas de bilheteira e atraíram mais de 1,3 mil milhões de espectadores".
No espaço da União Europeia, as quebras em 2020 foram de 69%, equivalentes a quatro mil milhões de euros.
Segundo a associação, a pandemia teve impactos distintos na exibição cinematográfica, consoante as medidas restritivas impostas localmente: Na Dinamarca, por exemplo, as perdas de receitas situaram-se nos 47%, nos Países Baixos houve uma quebra de 56% e na Noruega de 57%.
Israel (88%), Roménia (80%) e Chipre (79%) foram os países com maiores perdas de receita.
Em Portugal, os dados do Instituto do Cinema e Audiovisual indicam que os cinemas sofreram uma quebra de 75,55% em audiência e receitas em 2020 face a 2019, ou seja tiveram menos 11,7 milhões de espectadores e faturaram menos 62,7 milhões de euros.
A UNIC recorda ainda que, apesar da falta de oferta de novos filmes, em particular dos grandes estúdios de cinema dos Estados Unidos, os cinemas europeus "demonstraram ter um papel essencial na promoção de conteúdos nacionais e europeus".
Segundo a associação, na Turquia, 80% dos filmes estreados em sala em 2020 foram de produção nacional, enquanto em Itália o valor foi de 57% e na Polónia de 50%.
Em Portugal, apenas 4% dos filmes estreados em 2020 foram de produção nacional.
Tendo em conta que "a crise está longe de terminar", com as salas de cinema novamente encerradas por causa da evolução da pandemia e do aparecimento de novas variantes da covid-19, a UNIC apela ao poder político, local, nacional e europeu, para que avance com "novas estratégias de recuperação" para os exibidores.
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