Encenador Tiago Rodrigues estreia 'O cerejal' no Festival de Avignon

O diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, estreia a peça "O cerejal", de Anton Tchékhon na 75.ª edição do Festival de Avignon, a decorrer nesta cidade francesa de 05 a 17 de julho, anunciou hoje a organização do certame.

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Lusa
24/03/2021 15:49 ‧ 24/03/2021 por Lusa

Cultura

Teatro

A peça será protagonizada pela atriz francesa Isabelle Huppert, e conta com interpretações dos portugueses Isabel Abreu, Hélder Azevedo e a cantora e música Manuela Azevedo, vocalista dos Clã, num elenco que totaliza 11 atores e dois músicos, e que conta com composições de Hélder Gonçalves, também dos Clã.

Com estreia a 05 de julho, a peça, uma coprodução do Teatro Nacional D. Maria II com o festival, será apresentada no Cour d'Honneur do Palais des Papes, um dos espaços históricos mais importantes da cidade e do Festival.

O anúncio da estreia foi feito hoje pelo Festival d'Avignon, numa conferência de imprensa realizada 'online'.

"O Cerejal" será também apresentado na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, em dezembro deste ano, integrado na Temporada 2021-2022 do teatro.

A estreia em Lisboa marcará o arranque de uma digressão europeia, que se prolongará para 2022.

Em palco nesta encenação de Tiago Rodrigues estarão ainda Adama Diop, Alex Descas, Alison Valence, David Geselson, Gregoire Monsaingeon, Marcel Bozonnet, Nadim Ahmed, Océane Cairaty, Suzanne Aubert e Tom Adjibi, e os músicos Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves, responsáveis pela música original do espetáculo.

A criação tem cenografia de Fernando Ribeiro, figurinos de José António Tenente, luz de Nuno Meira e sonoplastia de Pedro Costa.

"Sempre olhei para a última peça de Tchékhov ['O Cerejal'] como uma obra sobre o fim das coisas, a morte, a despedida. Estava enganado. Hoje, estou certo de que é uma peça sobre a mudança", afirma Tiago Rodrigues, encenador, sobre a obra, na apresentação do espetáculo.

"Montar 'O Cerejal' é falar do que acontece pela primeira vez. É falar de um tempo em que ocorre uma mutação social ainda invisível mas profunda, um tempo vivido por personagens que não perceberam ainda que o que lhes parece excecional é apenas a nova normalidade", acrescenta.

Fazer "O Cerejal" é também "falar de mulheres e homens que pensam e vivem coisas que nunca foram vividas por ninguém antes", refere, sublinhando que esta peça "é sobre um tempo histórico inédito".

"É sobre as dores e as esperanças de um mundo novo que ainda ninguém compreende inteiramente". Portanto, conclui, "é sobre nós".

"O Cerejal" é uma produção do Festival d'Avignon, em coprodução com o Teatro Nacional D. Maria II e com companhias e salas europeias, como Odéon-Théâtre de l'Europe, Théâtre National Populaire de Villeurbanne, Comédie de Genève, La Coursive, Scène nationale de la Rochelle, Wiener Festwochen, Comédie de Clermont Ferrand, Théâtre de Liège, National Taichung Theater, Teatro di Napoli -- Teatro Nazionale e Fondazione Campania Dei Festival -- Compania Teatro Festival.

 

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