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'Chelas nha kau' do Bataclan 150 na programação de festival britânico

O documentário "Chelas nha kau", do coletivo português Bataclan 1950 e da Bagabaga Studios, sobre a vida naquele bairro lisboeta, faz parte da programação do festival de cinema documental de Sheffield, a decorrer em junho, no Reino Unido, anunciou a organização.

'Chelas nha kau' do Bataclan 150 na programação de festival britânico
Notícias ao Minuto

15:17 - 17/05/21 por Lusa

Cultura Documentário

'Chelas nha kau' ("Chelas meu lugar") fará a estreia internacional naquele festival, sendo exibido na secção "Rebellions", nos dias 12 e 13 de junho, em sala de cinema e 'online'.

O filme, exibido em outubro passado no DocLisboa, revela o que é ser jovem no bairro de Chelas, de habitação social, multicultural e diverso. Foi rodado entre 2016 e 2019, e "nasce da vontade de um grupo de amigos contar a sua história e a do bairro onde vive", refere a produtora Bagabaga Studios, na página oficial.

"Por expor a perspetiva de diversas pessoas que pegam na câmara e mostram aquilo que, para elas, é importante, é um filme polifónico que rejeita a hierarquia do cinema de autor", sendo, por isso, assinado pelo coletivo de jovens Bataclan 1950.

O 28.º festival Sheffiled Doc/Fest, dedicado ao documentário e às artes audiovisuais, decorrerá de 04 a 13 de junho, em formato híbrido, com sessões em sala e programação 'online'. Na direção deste festival está, desde final de 2019, a programadora portuguesa Cíntia Gil.

De acordo com a programação anunciada, na secção "Ghosts & Apparitions" dar-se-á a estreia de "Saudade", projeto de imagem e áudio assinado por Russell Morton (Singapura), que se debruça sobre o kristang, crioulo de matriz portuguesa, que surgiu há cerca de 500 anos em Malaca, atual Malásia.

O kristang, uma língua atualmente ameaçada de extinção, remete para o tempo em que os portugueses conquistaram o porto estratégico de Malaca em 1511.

Na secção "Rebellions" estão três produções brasileiras: "Narciso em férias", de Ricardo Calil e Renato Terra, sobre o músico Caetano Veloso e o tempo em que esteve preso, durante a ditadura; "É rocha e rio", de Paula Giatán, sobre o músico e poeta Negro Leo; e "O que há em ti", de Carlos Adriano, sobre a presidência de Jair Bolsonaro.

Na secção "Into the world", apresentar-se-á "Alvorada", de Anna Muylaert e Lô Politi, que acompanhou em 2016 o processo de destituição da antiga presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

O festival Sheffiled Doc/Fest abrirá com o filme "Summer of Soul", do músico norte-americano Questlove, e encerrará com "The story of looking", de Mark Cousins.

No mercado de coproduções do festival, que decorrerá apenas 'online', tinham já sido anunciados 55 projetos cinematográficos, entre os quais "Fedora", coprodução entre Portugal, México e Estados Unidos, assinada por Leland Palmer, e "Sunday in Japan", coprodução luso-britânica de Leo Nelki e Sunday Bamweyana, que dá nome ao filme.

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