O anúncio, datado do passado dia 24 de maio, foi assinado pela subdiretora-geral do Património Cultural, Rita Jerónimo.
Segundo esta comunicação da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), o processo de consulta pública que agora se inicia vai decorrer durante 30 dias e a decisão será tomada no prazo de 120 dias após a conclusão do período da consulta pública.
Na página da Internet do sistema MatrizPCI, onde estão disponíveis para consulta os elementos do processo de inventariação da confeção do Tapete de Arraiolos, pode ler-se que o proponente é a Câmara de Arraiolos.
"As observações em sede da presente consulta pública poderão ser apresentadas, de forma desmaterializada, através daquele sistema, podendo igualmente, em alternativa, ser endereçadas, em correio registado, à DHPC", assinala ainda o anúncio.
A publicação em DR do anúncio sobre o início desta consulta pública acontece no mesmo dia em que começa em Arraiolos, no distrito de Évora, um certame de promoção desta genuína tapeçaria local.
Organizado pela Câmara de Arraiolos, o certame denominado "O tapete está na rua" volta a realizar-se depois de a edição de 2020 ter decorrido em formato 'online', devido à pandemia de covid-19.
Esta edição prolonga-se até domingo e inclui, como era habitual antes da pandemia, uma mostra de tapetes estendidos nas ruas e praças e pendurados nas portas, janelas, varandas e nos edifícios mais característicos da zona 'nobre' de Arraiolos.
Fonte do município indicou à agência Lusa que a organização do certame decidiu "evitar a realização de atividades e iniciativas que levem à concentração de pessoas", pelo que não estão previstos concertos e a animação de rua será itinerante.
A autarquia apelou ao "cumprimento das recomendações das autoridades de saúde", tendo em conta a pandemia de covid-19, esperando que a realização do certame possa "contribuir para a retoma da economia local".
A par da mostra de tapetes, o programa da iniciativa inclui exposições, recriações históricas, animação de rua, mostra de artesanato e produtos locais, feira do livro e 'workshops'.
Do Tapete de Arraiolos, bordado a lã sobre tela, conhecem-se referências já desde os finais do século XVI (1598), com origem na vila alentejana com o mesmo nome, povoada no princípio do mesmo século por mouros e judeus, expulsos da mouraria de Lisboa por D. Manuel I.
Segundo investigações históricas, as famílias ali fixadas encontraram abundantes rebanhos de boa lã e diversidade de plantas indispensáveis ao tingimento e fabrico das telas onde são manufaturados os tapetes, empregando a técnica do ponto cruzado oblíquo, denominada "Bordado de Arraiolos".
A Câmara de Arraiolos, que aguarda há vários anos pela certificação dos tradicionais tapetes, pretende candidatar o tapete de Arraiolos a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
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