"Este tributo assinala os centenários dos seus nascimentos [José Saramago, Agustina Bessa-Luís e Matilde Rosa Araújo] e integra as comemorações dos 80 anos de Adriano Correia de Oliveira", informou a Arte-Via Cooperativa, com sede na Lousã (Coimbra), que promove a iniciativa em parceria com autarquias e outras instituições públicas, associações e empresas da região.
O evento é, também, uma homenagem às vítimas dos fogos florestais de 2017, sob o lema "A arte e a cultura como reanimadores de uma região e de um povo".
Citada numa nota de imprensa, Ana Filomena Amaral, criadora e coordenadora do FLII, refere que este é "um evento intermunicipal, daí o seu caráter inovador, que decorrerá em 11 concelhos da região afetados pelos fogos, com o objetivo de levar os livros e os escritores aos sítios mais inusitados e imprevisíveis, como fábricas, campos, praias, igrejas, mercados, romarias, locais onde as pessoas trabalham e convivem".
"Ou seja, os livros vão ao encontro dos públicos porque também eles têm saudades", assinala.
Ainda segundo Ana Filomena Amaral, "o conceito subjacente a este festival é o de uma realização sinérgica, catalisando os recursos dos municípios e outras instituições integrantes do consórcio, rentabilizando e potenciando o melhor que cada um possui, num esforço conjunto para superar as adversidades".
A nota explica que "o consórcio FLII Palavras de Fogo congrega autarquias e agentes culturais dos municípios de Castanheira de Pera, Arganil, Miranda do Corvo, Lousã, Pedrógão Grande, Pampilhosa da Serra, Ansião, Alvaiázere, Penela, Tábua e Condeixa-a-Nova, nos distritos de Coimbra e Leiria, sendo as bibliotecas municipais e as redes de bibliotecas escolares cruciais na organização deste evento"
"O objetivo é envolver todos os agentes de desenvolvimento, de todos os municípios participantes, e todos os talentos locais em todas as atividades a realizar em simultâneo", como "ações de formação, concursos, palestras, 'workshops', leituras, feiras do livro, espetáculos, multimédia, performances, instalações e exposições, para e com todos os públicos de todas as faixas etárias".
Apresentando como tema transversal "Sibilas, rebeldes e génios", Palavras de Fogo pretende "abordar questões candentes para o devir do mundo, mantendo sempre a emergência ambiental como um dos núcleos privilegiados de discussão".
Em declarações à agência Lusa, Ana Filomena Amaral destacou que, apesar dos dois anos de pandemia de covid-19, em 2020 e 2021, "este festival nunca deixou de ser presencial".
"Nestes dois anos tivemos o formato presencial e 'online', mas nunca deixámos de ter público", adiantou, admitindo que este festival será "o único do país que não deixou de ser presencial, nem interrompeu a sua realização" devido à pandemia.
A coordenadora explicou que o FLII conta "com uma média de 30 a 40 pessoas por atividade, o que numa região destas, de territórios subpovoados e deprimidos, ter um festival literário é, realmente, um êxito enorme".
"O que nos interessa é aumentar o número de participantes", acrescentou.
A quinta edição do Festival Literário Internacional do Interior decorre entre os dias 16 e 19 de junho de 2022.
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