Sandra Jürgens é curadora da Coleção de Arte Contemporânea do Estado
A historiadora de Arte Sandra Vieira Jürgens é a nova curadora da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), anunciou hoje o Ministério da Cultura.
© Lusa
País Arte
"A historiadora de arte Sandra Vieira Jürgens foi hoje designada curadora da CACE por Resolução de Conselho de Ministros, com efeitos a partir do próximo dia 23 de maio", lê-se num comunicado hoje divulgado pela tutela.
Sandra Vieira Jürgens substitui no cargo David Santos, que pediu em abril a exoneração de funções, que tinha assumido em 2016, "evocando motivos de ordem pessoal", vindo a assumir a direção do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira.
Em 2019 e 2020, Sandra Vieira Jürgens coordenou a Comissão para a Aquisição de Arte Contemporânea, criada em 2019 e responsável pelo programa anual de aquisição de arte contemporânea.
Criada nos anos 1970 com o objetivo de se converter numa coleção representativa da produção artística nacional, a então "Coleção SEC" foi fazendo aquisições ao longo das décadas, mas ficou paralisada durante cerca de vinte anos.
As aquisições foram retomadas em 2019, através da criação de comissões para identificar obras de artistas plásticos contemporâneos, com vista à integração no programa de aquisição de arte contemporânea portuguesa do Estado.
Esse programa foi retomado pelo Governo depois de um grupo de 200 artistas plásticos ter, em 2018, exigido medidas urgentes para o setor da arte contemporânea ao primeiro-ministro, António Costa, que lançou um programa de aquisições a dez anos, começando com um orçamento de 300 mil euros para 2019.
Desde então, foram criadas duas comissões de aquisição, com especialistas da área, e, com aquele valor, adquiridas 21 obras de arte em 2019, no ano seguinte, com um orçamento de 500 mil euros, mais 65 foram compradas, e, em 2021, com um valor de 650 mil euros, mais 70 obras.
Na CACE estão representados alguns dos mais importantes artistas portugueses, como Julião Sarmento, Artur Bual, Júlio Pomar, Maria Keil, Ilda David, Júlio Resende, Helena Almeida, Noronha da Costa, José Guimarães, Abel Manta ou Nikias Skapinakis.
Nascida em Lisboa em 1969, Sandra Vieira Jürgens é curadora, professora universitária e investigadora do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, na qual se licenciou em História de Arte e concluiu uma pós-graduação em História de Arte Contemporânea.
Além disso, tem também uma pós-graduação em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e é doutorada pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
No comunicado hoje divulgado, o Ministério da Cultura recorda que Sandra Vieira Jürgens "integrou o júri de alguns dos mais destacados prémios nacionais de arte contemporânea, foi consultora editorial da ARTE LISBOA -- Feira de Arte Contemporânea e coordenou a comunicação nacional e internacional das representações oficiais portuguesas na Bienal de Veneza e na Bienal de São Paulo, nas áreas da arte e da arquitetura (2008-2010), na Direção-Geral das Artes".
Sandra Vieira Jürgens foi curadora-geral da Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira em 2018 e 2020, desenvolveu o ciclo "COSMO/POLÍTICA" no Museu do Neo-Realismo e o Programa de itinerâncias da CGD/Culturgest, com a exposição "Contra a Abstração".
Além disso, é vice-presidente da AICA Portugal -- Associação Internacional de Críticos de Arte e autora do livro "Instalações Provisórias: Independência, autonomia, alternativa e informalidade. Artistas e exposições em Portugal no século XX" (2016).
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