O segundo dia desta 14.ª edição do NOS Alive ficou marcado não só por um aumento da temperatura que se fez sentir no recinto, mas também do entusiasmo com que os espetadores aguardavam as atuações dos seus artistas favoritos. Com uma maior afluência comparativamente a quarta-feira, neste dia destacaram-se as atuações 'poderosas' de Jorja Smith e Florence, acompanhada dos seus The Machine, no palco principal do evento.
Os concertos no Palco NOS tiveram início às 18h, com Os Quatro e Meia, que se vestiram a rigor, de fato e gravata e de sorriso no rosto, para aquilo que foi uma verdadeira "realização de um sonho": a sua estreia naquele que consideram ser "um dos maiores palcos do país", tal como afirmou em palco o vocalista Tiago Nogueira. Um momento que serviu para colocar em destaque alguns dos 'hits' mais conhecidos da banda, como 'Amanhã' e 'O Tempo Vai Esperar', mas também para apresentar novas criações.
E nem o calor abrasador que se fez sentir nesta autêntica tarde de verão desmotivou este grupo português composto por seis rapazes, que fez questão de agradecer à organização o convite para participarem no festival. "Obrigada por nos convidarem para atuar no NOS Alive no dia mais quente do ano. Mas a verdade é que estaríamos cá mesmo que estivessem 50ºC", acrescentou ainda o cantor e guitarrista.
Pouco depois, pelas 18h30, teria início no Palco Heineken do festival um dos nomes mais aguardados do público juvenil para o dia de hoje, que acorreu em peso para assistir à atuação. O norte-americano Alec Benjamin, conhecido internacionalmente pelo single 'Let Me Down Slowly' e pela sua veia sentimental, não escondeu a felicidade por poder estar a atuar perante o público português esta tarde. "Nunca pensei que estaria no outro lado do mundo a tocar as minhas canções", ressalvou o artista, num concerto onde puderam ser ouvidos temas como 'If We Have Each Other' e 'Speakers'.
Mais ao final da tarde, pelas 19h30, o Palco NOS foi surpreendido com a potente entrada daquela que é considerada uma artista revelação da música britânica, Celeste, que assim se estreou nas atuações em território nacional. Um concerto que evidenciou as variadíssimas formas como esta jovem artista tem a também britânica Amy Winehouse como uma das suas principais influências - seja no estilo musical que apresenta em palco (que combina elementos do soul, jazz e R&B) ou no seu visual de inspiração retro. E que foi acompanhado de perto pelos membros do coro da artista que se seguiria naquele palco, Jorja Smith, que assistiam à atuação junto dos espetadores.
E foi precisamente a 'boa vibe' de Jorja que funcionou, a partir das 21h, como grande elemento de tração dos visitantes deste segundo dia de NOS Alive para o palco principal do evento. Nesta que foi a segunda vez que atuou no Passeio Marítimo de Algés, em pleno crepúsculo, a cantora e compositora britânica não deixou de apresentar 'Teenage Fantasy', 'Come Over' e 'On My Mind'. Tudo músicas que contribuíram que o público acabasse o concerto em pleno ambiente de festa, num dia que ficou claramente marcado pela qualidade e pela garra das atuações femininas que tiveram lugar no Palco NOS.
Já era noite cerrada quando a voz poderosa e a estonteante presença em palco do 'Furacão' Florence Welch, dos Florence & The Machine, arrebataram a enorme assistência que, a partir das 22h45 e durante 1h30, se fez sentir no Palco NOS. E parece mesmo que o objetivo da banda passava por originar momentos inesquecíveis para os seus espetadores, motivando-os a desconetarem-se do mundo virtual durante o concerto. "Não têm de publicar, não têm de partilhar. Desfrutem uns dos outros. Abracem-se uns aos outros", apelou a vocalista, durante a atuação.
O entusiasmo do público perante a atuação de Florence Welch, que sobressaiu no seu vestido vermelho esvoaçante e pela incessante energia em palco, e da sua banda foi sentido pela artista, que assumiu que a audiência lisboeta da noite de quinta-feira foi "a mais barulhenta" que já tiveram num concerto. "Vocês são agora parte do culto de Florence & The Machine", destacou ainda, num momento final do concerto em que milhares de pessoas vibraram ao som de músicas como 'Spectrum', 'Dog Days are Over' e 'Shake it Out'.
O ritmo da noite começou a acalmar, no palco NOS, a partir do momento em que a banda de rock alternativo alt-J subiu ao palco, já eram 00h45. Naquela que foi a quarta atuação da banda no Passeio Marítimo de Algés, o trio britânico optou por tocar as suas canções mais famosas - como 'In Cold Blood', 'Matilda', 'Fitzpleasure' e 'Breezeblocks' -, em celebração do 10.º aniversário do seu primeiro álbum, 'An Awesome Wave', como fizeram questão de lembrar em palco.
Porém, a cativante vertente melódica e eletrónica do trio britânico, aliadas a um intenso jogo de fumos e de luzes, mostraram-se insuficientes para combater a vontade que muitas pessoas tinham de assistir à estreia de Dino D'Santiago neste festival. Aquele que é considerado um dos nomes mais sonantes da música portuguesa da atualidade não desiludiu e pôs toda a gente 'a mexer' durante a sua atuação no Palco Heineken, que terminou com um sempre forte 'Kriolu'. Perante uma 'tenda' cheia, o artista fez questão de destacar que este foi "um dos dias mais felizes" da sua vida.
De recordar que muitos outros nomes passaram, na quinta-feira, pelos setes palcos deste festival de verão, como é o caso de Pedro Mafama e Inhaler. Esta sexta-feira haverá ainda mais música no NOS Alive, estando as maiores expetativas voltadas para os concertos de Royal Blood e de Metallica, no palco principal desta 14.ª edição do NOS Alive.
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