Lembrando que há uma década não havia apoios, Pedro Adão e Silva reconheceu que a "necessidade de apoiar a programação confere estabilidade e previsibilidade" aos agentes culturais, contribuindo para a sua "autonomia" e para combater a precariedade entre os recursos humanos do setor, na conferência "Atuar em rede: desafios e estratégias", a decorrer hoje em Torres Vedras.
Para tal, considerou também essencial o financiamento das autarquias locais para os objetivos de autonomizar os agentes culturais e democratizar a cultura.
"Temos um problema seríssimo no acesso à cultura em Portugal e nas desigualdades do território", afirmou o governante, admitindo que "há dificuldade me chegar às pessoas".
Neste sentido, afirmou que "ter uma programação em rede permite que os espetáculos circulem pelo país", através de uma política de descentralização.
Para o ministro, "é fundamental criar relações e conferir sustentabilidade ao que já existe", regozijando-se que a rede criada já existe "na realidade".
Vinte e sete dos 39 projetos de programação de equipamentos culturais credenciados RTCP já assinaram contratos no âmbito do apoio financeiro.
No primeiro concurso de apoio à programação dos teatros e cineteatros credenciados na RTCP são abrangidos 39 projetos com um num valor global de 5,1 milhões de euros de financiamento.
O concurso de apoio financeiro aos equipamentos culturais credenciados da RTCP tem um montante anual de seis milhões de euros, entre 2022 e 2025, perfazendo um total de 24 milhões de euros.
A RTCP foi criada para combater assimetrias regionais e para fomentar a "coesão territorial no acesso à cultura e às artes em Portugal" e assenta "na descentralização e na responsabilidade partilhada do Estado central com as autarquias e as entidades independentes", lê-se na página da Direção Geral das Artes.
Cerca de 80 equipamentos culturais aderiram já à RTCP, entre auditórios municipais, casas de cultura, teatros e cineteatros, centros culturais e centros de artes.
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