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Associações lamentam ausência do ministro da Cultura em reunião

Algumas das associações representativas dos trabalhadores da Cultura lamentaram hoje a falta de respostas e a ausência do ministro da Cultura na primeira reunião da comissão de acompanhamento da aplicação do estatuto do setor.

Associações lamentam ausência do ministro da Cultura em reunião
Notícias ao Minuto

20:18 - 12/10/22 por Lusa

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O Estatuto dos Profissionais da Cultura, que entrou em vigor a 01 de janeiro, prevê a existência de uma comissão que acompanhe a sua aplicação e execução, e que deve reunir-se pelo menos a cada trimestre, embora a primeira reunião tenha acontecido apenas hoje.

Presidida pela Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC), a reunião contou com a presença de mais de duas dezenas de associações e entidades representativas do setor da Cultura e de várias entidades públicas, segundo contactos feitos pela agência Lusa.

"O que há a destacar é a ausência do ministro [Pedro Adão e Silva] e da representação do Ministério [da Cultura]. Estávamos a contar que neste primeiro momento o ministro estivesse presente para fazer avaliação do que está acontecer, porque herdou este estatuto e nós ainda não o ouvimos muito sobre ele", afirmou à agência Lusa Amarílis Felizes, da Plateia - Associação de Profissionais das Artes Cénicas.

Segundo a legislação, na comissão "podem participar" "representantes dos membros do Governo responsáveis pelas áreas governativas das Finanças, da Cultura e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social".

"Era fundamental ele estar. Validava este início de discussão pós-aprovação da lei. [...] A nossa expectativa era ter uma discussão política de fundo sobre a necessidade de haver este estatuto, ou não, e sobre o fim da precariedade", sublinhou Rui Galveias, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE).

Sobre o teor da reunião, Rui Galveias disse que foi "meramente técnica" sobre aspetos de comunicação e utilização da plataforma sobre o estatuto, enquanto Amarílis Felizes referiu que ficaram por responder dúvidas e questões que causam confusão aos trabalhadores sobre, a título de exemplo, recibos verdes e isenções de contribuição.

Também Francisca Fernandes, da Performart -- Associação para as Artes Performativas em Portugal, disse à agência Lusa que foram expostas muitas dúvidas sobre a aplicação prática do estatuto e que a IGAC respondeu que está a ser preparado um manual de esclarecimentos.

Às associações representativas foi-lhes comunicado que, desde que o estatuto entrou em vigor, apenas 2.460 trabalhadores fizeram o registo enquanto profissionais da Cultura na IGAC,; um passo obrigatório para ter acesso, por exemplo, ao subsídio por suspensão da atividade cultural.

"A nós preocupa-nos porque é um mau sintoma, mas não sabemos que avaliação [o Ministério] faz destes números", afirmou Amarílis Felizes, face ao baixo número de inscrições de trabalhadores.

Para Rafaela Ribas, da Associação Espetáculo, que representa agentes e produtores, o ministro Pedro Adão e Silva deveria ter estado presente e, no final, "ficou claro que ninguém está inteiramente satisfeito com o Estatuto".

Para a promotora, o estatuto é difícil de explicar e comunicar aos trabalhadores e, do lado das entidades beneficiárias, há um excesso de burocracia.

"Isto deviam ser vários estatutos. Embora a Cultura seja vasta, cada subsetor tem as suas especificidades e não podem ser todas tratadas da mesma forma. A atividade não é igual, embora seja cultural. É muito difícil que só um Estatuto chegar a todos de forma satisfatória", disse.

De acordo com todas as associações contactadas pela Lusa, a próxima reunião da comissão de acompanhamento será a 12 de janeiro.

A agência Lusa pediu, durante o dia de hoje, mais esclarecimentos sobre a reunião à Inspeção-Geral das Atividades Culturais - que preside à comissão de acompanhamento -, mas não os obteve em tempo útil.

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