Jovem luso-venezuelana distinguida como melhor atriz em festival

A luso-venezuelana Camila Gomes, 16 anos, foi distinguida como melhor atriz na categoria de interpretação, na 8.ª edição do "Concurso Internacional Uno, Nessuno e Centomila (Um, nenhum e cem mil) que teve lugar em Agrigento, Itália, anunciou hoje a organização.

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Lusa
12/04/2025 23:34 ‧ ontem por Lusa

Cultura

Teatro

"A decisão surpreendeu a Camila que quer ser atriz profissional (...) O grupo de teatro participou em equipa e o concurso decidiu atribuir-lhe um prémio de melhor atriz pela sua caraterização", explicou à Lusa fonte da organização, precisando que a luso-venezuelana é aluna da Escola ítalo-venezuelana Simón Bolívar e Giuseppe Garibaldi, de Caracas.

 

O prémio, segundo um comunicado divulgado em Caracas, "celebra o esforço e o empenho de um grupo de jovens atores que, sob a direção do professor Natale La Rocca, apresentou em italiano a peça 'Così è (se vi pare) [É assim que é, se assim o pensas], do dramaturgo e Prémio Nobel Luigi Pirandello".

"Ser reconhecida na terra de Pirandello reafirma o meu sonho de me dedicar profissionalmente ao teatro. É como se o universo confirmasse que estou no caminho certo", afirma no comunicado, indicando que a obra que participou no concurso foi enviada e gravada em vídeo a 04 de abril e entregue pelo vice-diretor do colégio Claudio Milazzo.

Por outro lado, a luso-venezuelana explica que "dominar a língua [italiana] em sala de aula foi apenas o primeiro passo" porque "encarnar em palco exigia ir mais longe: cada pausa, cada gesto, cada inflexão vocal precisava de transmitir a autêntica italianidade".

"Passei noites inteiras a ensaiar em frente ao espelho até os diálogos deixarem de ser palavras e passarem a ser verdades vividas. Este prémio é a prova de que consegui [isso], ainda que momentaneamente, transformar-me nessa personagem siciliana", explicou a jovem atriz.

Para além de Camila Gomes, a companhia de teatro da escola esteve composta por Enmanuel Sánchez, Miguel Páez, Salomé Manzano, Rocío Pérez, Roger Capozzolo, Luisana Carrero, Gabriel Acosta, Valery González, Sarah Peñuela e Diego Ponce.

Segundo o professor Natale La Rocca Trabalhar com Pirandello representou "um desafio, mas estes jovens demonstraram uma extraordinária maturidade interpretativa".

A peça em que participou a luso-venezuelana, disse, foi escrita em 1917, mas continua atual, explorando temas como o preconceito social e a identidade.

"É uma farsa filosófica, que questiona a verdade e as aparências, e permitiu-nos crescer tanto a nível artístico como pessoal", sublinhou.

E o prémio, segundo o vice-diretor do colégio Claudio Milazzo "não é apenas um reconhecimento, mas o eco de uma história que começou há 71 anos" quando os seus pais, Filippo e Liboria Milazzo, transformaram um salão improvisado num porto de sonhos para os filhos de imigrantes italianos.

"Receber este prémio na terra de Pirandello, esse génio que nos ensinou que a verdade tem mil faces, é profundamente simbólico. Hoje, os nossos alunos demonstraram ao mundo a força do teatro escolar: uma arte onde a emoção e o empenhamento se fundem (...) a coragem em representar 'Così è (se vi pare)' mostra que o futuro do teatro está em mãos apaixonadas e empenhadas", disse.

Parafraseando Pirandello Claudio Milazzo, explica no comunicado que "cada personagem contém multidões" que os jovens souberam dar-lhes vida com sensibilidade e maturidade.

"Não deixem de sonhar. Cada história que representam não só deixa uma marca, mas constrói pontes entre a Venezuela e a Itália", concluiu.

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