Em 20 anos, a Casa da Música realizou mais de seis mil concertos e acolheu 3,8 milhões de espectadores e participantes, tendo encomendado mais de 300 obras musicais.
Principais datas do processo de construção e desenvolvimento da Casa da Música:
1997
07 de novembro -- É apresentada a candidatura oficial do Porto a Capital Europeia da Cultura em 2001.
1998
28 de maio -- Os ministros da Cultura da União Europeia designam Porto e Roterdão como capitais europeias da Cultura para o ano 2001.
01 de setembro -- O ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, anuncia a construção da Casa da Música, no âmbito da Porto 2001.
31 de dezembro -- É constituída a sociedade, de capitais exclusivamente públicos, Porto 2001, S. A..
1999
30 de janeiro -- É nomeado Artur Santos Silva para presidir à Porto 2001.
08 de março - É definida a localização num terreno municipal na praça Mouzinho de Albuquerque, e iniciado o processo da construção.
01 de julho -- A Comissão Executiva da Porto 2001 adjudica o projeto à proposta encabeçada pelo arquiteto Rem Koolhaas.
23 de novembro - Teresa Lago sucede a Artur Santos Silva à frente da Porto 2001, com o pianista Pedro Burmester na equipa.
2002
27 de junho -- Rui Amaral substitui Teresa Lago na Porto 2001, que neste mesmo ano se passa a designar Casa da Música / Porto 2001.
2003
18 de junho -- O Jornal de Notícias (JN) publica uma entrevista com Pedro Burmester, na qual o administrador da Porto 2001 afirma que a Câmara Municipal "está mais preocupada com questões [...] que reduzem o Porto a uma aldeia" e desencadeia uma série de reações.
20 de junho -- O conselho de administração da Casa da Música / Porto 2001 desautoriza Pedro Burmester na sequência da entrevista ao JN.
24 de junho -- Pedro Burmester diz que o conflito com a restante administração é insanável.
25 de junho -- O Ministério da Cultura demite a administração da Casa da Música em bloco devido a uma "quebra de solidariedade e de confiança" entre os seus membros, e nomeia Manuel Alves Monteiro para a presidência da empresa.
05 de julho -- O Ministério da Cultura anuncia que Pedro Burmester vai permanecer ligado ao projeto da Casa da Música enquanto consultor permanente.
2004
12 de fevereiro -- A administração da Casa da Música anuncia o fim das obras até dia 30 de novembro.
20 de fevereiro -- O inglês Anthony Withworth-Jones é anunciado como diretor artístico da instituição.
15 de março -- Pedro Burmester abandona a posição de consultor.
29 de março -- Manuel Alves Monteiro anuncia que a abertura da Casa da Música terá lugar no primeiro trimestre de 2005.
20 de julho -- O Tribunal de Contas atribui a insuficiente planeamento e à má orçamentação do projeto a derrapagem financeira da Casa da Música / Porto 2001, dos previstos 182,3 milhões para 300,9 milhões de euros.
16 de setembro -- Manuel Alves Monteiro demite-se da administração.
17 de setembro -- António Fernando Couto dos Santos é eleito novo presidente do conselho de administração da Casa da Música, mantendo-se Agostinho Branquinho e Óscar Liberal naquele órgão.
2005
20 de janeiro -- O Governo aprova a criação da Fundação Casa da Música, a ser presidida pelo empresário José António Barros.
14 de abril -- A Casa da Música inicia oficialmente atividade com concertos de Lou Reed e dos Clã, cujos bilhetes esgotaram em horas depois de postos à venda, um par de semanas antes.
15 de abril -- Na inauguração oficial, o Presidente da República, Jorge Sampaio, critica o processo que marcou o nascimento da Casa da Música, considerando-o "nem sempre exemplar", "rigoroso" ou "transparente". Obras de António Pinho Vargas, pelo Remix Ensemble, e de José Júlio Lopes, Nuno Côrte-Real e Tomás Henriques, pela OrquestrUtopica, abrem o programa da inauguração oficial, que se completa com o Concerto Comemorativo, no então Grande Auditório (atual Sala Suggia), com aberturas e árias de António Victorino d'Almeida, Richard Strauss, Carl Maria von Weber, Donizetti, Gounod, Rossini, Mozart, Massenet, Verdi e Tchaikovsky, por Elisabete Matos (soprano), Joyce Didonato (meio-soprano), Charles Castronovo (tenor) e Alastair Miles (baixo), a Orquestra Nacional do Porto (atual Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música) e o maestro Marc Tardue.
07 de novembro -- O primeiro-ministro, José Sócrates, anuncia o modelo de fundação para a Casa da Música, com um conselho de administração constituído por sete elementos, sendo quatro em representação dos privados a nomear pelo Conselho de Fundadores e três de nomeação pública, entre os quais José Manuel Dias da Fonseca, que passa a presidir.
2006
28 de janeiro -- Nuno Azevedo é nomeado administrador delegado da Casa da Música.
07 de fevereiro -- O pianista Pedro Burmester é convidado para diretor artístico da instituição.
2008
21 de fevereiro -- É extinta a sociedade Casa da Música / Porto 2001.
23 de junho -- António Jorge Pacheco, até então coordenador da programação, é anunciado como sucessor de Pedro Burmester na direção artística.
2010
04 de setembro -- A Orquestra Nacional do Porto muda a designação para Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música e estreia-se em Viena, Áustria.
2012
30 de março -- O ex-ministro Valente de Oliveira substitui Artur Santos Silva à frente do Conselho de Fundadores.
18 de dezembro -- Os administradores da Casa da Música renunciam aos mandatos devido aos cortes anunciados pelo Governo ao financiamento da instituição.
2013
22 de março - O Conselho de Fundadores da Casa da Música escolhe novo conselho de administração, que mantém dois administradores do demissionário, Teresa Cupertino de Miranda e Dias da Fonseca.
2015
27 de março -- É anunciada a substituição de Dias da Fonseca, ao fim de três mandatos, no conselho de administração da Casa da Música, pelo advogado António Lobo Xavier.
15 de abril - O economista e ex-jornalista José Pena do Amaral, até ali vice-presidente, é eleito presidente do conselho de administração da Fundação Casa da Música.
2017
05 de maio - O Governo confirma o começo da reposição das verbas a fundações, incluindo a Casa da Música.
2018
21 de abril - José Pena do Amaral é reeleito presidente do conselho de administração da fundação para o mandato 2018-2020.
2020
15 de março - Casa da Música encerra portas por prevenção face à pandemia causada pelo coronavírus responsável pela doença covid-19.
28 de abril - Trabalhadores assinam abaixo-assinado pelo cumprimento de compromissos e contra o que dizem ser "soluções indignas" propostas pela fundação.
13 de maio - Ministra Graça Fonseca dá conta de que Autoridade para Condições do Trabalho (ACT) abriu inquérito a instituição.
01 de junho - Programação retomada em concerto da Orquestra Barroca com entrada livre e lotação limitada para cumprir distanciamento social.
18 de junho - Maestro José Luís Borges Coelho renuncia a cargo no conselho de administração em "desacordo solidário" para com a condução do processo dos trabalhadores 'precários'.
30 de junho - Ministra Graça Fonseca ameaça intervir na Casa da Música caso se confirme existência de 'falsos recibos verdes'.
24 de julho - ACT remete processo de nove 'precários' para o Ministério Público.
21 de agosto - Ministério Público avança com seis ações judiciais a pedir o reconhecimento da existência de contratos de trabalho.
21 de agosto - Casa da Música anuncia que 7 dos 10 prestadores de serviços técnicos identificados pela ACT vão passar a ter contratos de trabalho.
04 de setembro - Casa da Música diz ter apresentado contratos aos 36 trabalhadores identificados pela ACT.
2021
29 de janeiro - Tribunal do Trabalho do Porto recusa a integração de cinco prestadores de serviços da Casa da Música nos quadros da instituição. ACT confirma que mais de metade dos 'falsos recibos verdes' detetados foram regularizados.
11 de fevereiro - Tribunal do Trabalho do Porto recusa a integração de mais sete prestadores de serviços da Casa da Música nos quadros.
29 de junho - Gestor Rui Amorim de Sousa é eleito novo presidente da administração da Casa da Música, em substituição de Pena do Amaral, com Maria Antónia Portocarrero como administradora-delegada.
2022
07 de junho - Maria Antónia Portocarrero apresenta demissão do cargo, invocando "motivos estritamente pessoais".
18 de junho - Jornal Público publica entrevista com Pedro Burmester, na qual é dito que "a missão da Casa da Música está em perigo", com críticas ao que diz ser a subvalorização da música não-erudita.
21 de julho - Conselho de Fundadores aprova Carla Castro Chousal como nova administradora-delegada.
20 de outubro - Denúncia anónima acusa Casa da Música de favorecer mecenas com benefícios comerciais, algo que a fundação rejeita sublinhando a "absoluta transparência" face aos mecenas.
2023
01 de fevereiro - Administrador Rui Amorim de Sousa rejeita, no parlamento, que a Casa da Música não cumpra "a missão de casa de todas as músicas".
08 de março - Ministro Pedro Adão e Silva diz que novo modelo de instituição para a Casa da Música deverá ser aplicado pelo próximo conselho de administração em 2024.
2024
29 de maio - Lançado concurso internacional para escolher novo diretor artístico.
27 de junho - Governo nomeia antigo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros Luís Campos Ferreira para presidente do Conselho de Fundadores.
18 de setembro - Gestora Isabel Furtado escolhida para a presidência do conselho de administração.
03 de outubro - Rui Sá Morais substitui Carla Chousal como administrador-delegado.
11 de novembro - Tribunal de Contas confirma ilegalidades em contratações públicas entre 2017 e 2022, mas não aplica multas a responsáveis devido a melhorias recentes nos procedimentos. Instituição defende que teve sempre presente o interesse público e económico.
12 de novembro - Casa da Música anuncia o francês François Bou como novo diretor artístico.
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