Casa da Música quer "atrair mais pessoas" e aumentar "notoriedade"

A presidente do conselho de administração da Fundação Casa da Música, Isabel Furtado, quer levar o trabalho da instituição até fora do seu próprio edifício e atrair mais públicos, afastando a ideia de reduzir os agrupamentos.

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© Presidência da República

Lusa
12/04/2025 13:04 ‧ há 8 horas por Lusa

Cultura

Casa da Música

Em entrevista com a agência Lusa, a propósito dos 20 anos da instituição do Porto, Isabel Furtado, no cargo desde setembro, afirmou que um dos primeiros objetivos da atual administração é "levar a música para fora da Casa, com a possibilidade de tornar a música mais acessível e conhecida para fora desta região".

 

"Principalmente, diria que um fator será a notoriedade e a imagem da Casa da Música para fora deste fantástico edifício [...]. É preciso trazer mais pessoas à Casa da Música e levá-la para além deste público", disse a presidente do conselho de administração, que quer que a instituição cative a cidade, mas também a região, o país e os turistas que o visitam.

Questionada sobre o facto de, no passado, esforços para expandir a ação territorial da Casa da Música terem sido limitados por questões financeiras, Isabel Furtado realçou que se trata de um investimento e que é importante aumentar o financiamento, quer público quer privado: "É obvio que o investimento na Cultura é um investimento que muitas vezes não é fácil mesurar. O investimento em Cultura é um pouco intangível."

Sobre a possibilidade de virem a ser reduzidos os agrupamentos existentes, numa instituição que neste momento tem cinco grupos associados (Orquestra Sinfónica do Porto, Remix Ensemble, Orquestra Barroca, Coro e Coro Infantil), Isabel Furtado descarta por completo a ideia: "Não faz sentido. Se nós queremos fazer a Casa da Música crescer, não é pela redução dos agrupamentos que se faz, antes pelo contrário".

No contexto dos objetivos estabelecidos pela nova administração, que tem Rui Sá Morais como administrador-delegado, Isabel Furtado abordou ainda o projeto da "Academia da Orquestra", a concretizar no próximo ano, que visa dar "a possibilidade a músicos de terem uma participação mais ativa e mais interventiva dentro da Casa da Música".

"A Academia da Orquestra, de certa forma em continuidade com o que tem vindo a ser feito, [vai querer] atrair músicos que possam vir tocar e ter uma experiência única de ter participado numa orquestra, de ter feito um trabalho continuado dentro da Casa da Música", afirmou Isabel Furtado, que acrescentou que muitos músicos em início de carreira terão ali "a possibilidade de ingressarem numa experiência nova que lhes pode ser decisiva para o futuro".

Em resposta a uma questão sobre os desafios dos últimos anos, quer em termos laborais quer no que diz respeito às denúncias sobre contratação pública na instituição, Isabel Furtado sublinhou que a situação está ultrapassada, mas que "não quer dizer que não existam outros desafios no futuro".

"A Casa da Música não difere de qualquer outra instituição ou empresa. Todos os dias temos desafios, temos problemas, temos oportunidades e temos alegrias, e a Casa da Música não vai sair muito fora da realidade, seja ela empresarial seja ela artística. É normal na vida profissional haver desafios, haver até desavenças, haver críticas positivas, críticas negativas. E nós estaremos aqui para da melhor forma tentar resolver e criar um bom clima e tornar a Casa da Música, eu diria, um lugar onde as pessoas gostem de se levantar e de vir trabalhar", disse a também presidente executiva da TMG Automotive, de Vila Nova de Famalicão.

Isabel Furtado afirmou, ainda, que a administração pediu que fosse feito um levantamento de necessidades de curto, médio e longo prazo em relação à manutenção do edifício, desde a substituição das cadeiras da Sala Suggia a melhorias de conforto térmico e de eficiência energética.

"Neste momento estamos a fazer o levantamento, ainda não temos noção de valores", afirmou a responsável da fundação.

A Casa da Música começou a ser construída em 1999, como um projeto inserido na Capital Europeia da Cultura de 2001, mas acabou por ser inaugurada oficialmente em 15 de abril de 2005.

A fundação está a celebrar os 20 anos ao longo do mês de abril, tendo hoje um dos pontos altos das comemorações, com o concerto de grandes corais sinfónicos, em que a Orquestra Sinfónica do Porto, o Coro da Casa da Música, o Ensemble Vocal Pro Musica e o Coro de Câmara Ivan Filipovic vão interpretar a "Missa Glagolítica", de Janácek.

Na terça-feira, dia em que se assinalam os 20 anos exatos desde a abertura oficial, vão acontecer "flash concerts" no Mercado do Bolhão, no Hospital de S. João (reservado a utentes da ala pediátrica e aos funcionários), na Reitoria da Universidade do Porto e nas estações de Metro da Casa da Música e da Trindade.

Leia Também: Casa da Música celebra 20 anos de abertura ao público

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