A edição deste ano alia "a apresentação da melhor arte dramática para diferentes idades à reflexão sobre temas e questões atuais como a democracia, a liberdade e a igualdade", segundo a autarquia, no comunicado de apresentação do certame.
O Teatro da Terra, projeto fundado pela atriz e encenadora Maria João Luís, sediado no Seixal, as companhias do concelho O Grito, Animateatro e Pé de Palco, fazem parte do programa, assim como o Teatro Bravo, estrutura criada pelo ator Rafael Diaz Costa, e Mente de Cão, das atrizes Joana Pupo e Pepa Macua e da produtora Catarina Sobral.
O festival conta ainda com os projetos "Se eu fosse Nina", de Rita Calçada Bastos, e "Antiprincesas", de Cláudia Gaiolas, além das companhias Os Possessos, dedicada a produções teatrais e performativas, com criadores como Catarina Rôlo Salgueiro, João Pedro Mamede e Leonor Buescu, e Hotel Europa, de André Amálio e Tereza Havlícková, dedicada ao teatro documental.
À semelhança de anos anteriores, o festival decorrerá de forma descentralizada, passando por todas as freguesias do concelho, com representações agendadas para o Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, o Cinema S. Vicente e o Auditório Municipal de Miratejo, e em diversas coletividades do município.
A abertura do festival, no dia 11, será feita pelo Teatro da Terra, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, com a comédia "A Maluquinha de Arroios", um clássico de André Brun, agora abordado pela encenação de Maria João Luís.
No dia seguinte, será a vez de o Teatro Bravo apresentar "Magdalena", no Cinema S. Vicente, uma criação da companhia, com texto de Rafael Diaz Costa, que também encena, e de Fernanda Neves, que resulta de percursos por "lugares periféricos" do país, atentos às "gentes desses lugares" e às "suas vozes nunca ouvidas".
A encerrar o primeiro fim de semana, no domingo (dia 13), a companhia Mente de Cão apresenta "Todas as Coisas Extraordinárias", no Ginásio Clube de Corroios, um projeto com coencenação e dramaturgia de Jaime Mears e Joana Pupo, que parte da peça de Duncan Macmillan "Every Brilliant Thing", para abordar os "temas da depressão e do suicídio, em particular do seu impacto" nos jovens e suas famílias, segundo a apresentação.
Partindo da perspetiva de uma criança de sete anos, que inicia uma lista de "coisas pelas quais vale a pena viver", para dar à mãe, que padece de depressão, a peça atravessa mais de duas décadas, até encontrar a criança na idade adulta, e a extensa lista de "todas as coisas extraordinárias", que encontrou no dia-a-dia.
Em 19 de novembro será a vez da companhia O Grito estrear, no Clube Recreativo da Cruz de Pau, "A Serpente e a Pítia", dramatização de dois poemas de Paul Valéry, com tradução, adaptação e encenação de José Vaz de Almada.
Em 25 de novembro, Rita Calçada Bastos leva ao Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal a peça "Se eu fosse Nina", trabalho de escrita e dramaturgia que "estabelece um diálogo de suposições e conjeturas entre uma Nina [...] de 'A Gaivota', de Anton Tchekhov, e 'Os Apontamentos de Trigorin', de Tennessee Williams", a que se junta "o imaginário da atriz".
Um dia depois, na Sociedade Filarmónica Democrática Timbre Seixalense, a Animateatro apresenta "Rubik" para demonstrar a semelhança entre "'personas' esquematizadas por cores", num texto de Cláudio Pereira com encenação de Lina Ramos.
Também oriundo do Seixal, o grupo de teatro Pé de Palco levará à Sociedade Musical 5 de Outubro, na Aldeia de Paio Pires, em 01 de dezembro, a farsa "O Sorteio do Presidente", que procura "denunciar o flagelo das notícias falsas", com adaptação e coordenação de João Soares.
A 02 de dezembro, na Sociedade Filarmónica Operária Amorense, Os Possessos apresentam "Maratona de Manifestos", projeto "desenvolvido a partir de manifestos políticos" posteriores a 2000, que abordam "questões do género, da igualdade [...], da defesa do ambiente, da descolonização da arte e do pensamento, da exploração económica e do neoliberalismo".
Inspirado no trabalho curatorial de Hans Ulrich Obrist, "Maratona de Protestos" tem seleção de textos e criação de Isabel Costa.
A peça "Os Filhos do Mal", do Hotel Europa, encerra o festival a 03 de dezembro, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal.
Criação de André Amálio, com Tereza Havlícková, "Os Filhos do Mal" investiga a relação que gerações posteriores ao 25 de Abril "têm com o Estado Novo" e as memórias que detêm do tempo da ditadura.
Para o público mais novo, o festival reserva "Antiprincesas", projeto criado por Cláudia Gaiolas, a partir da coleção homónima editada pela Tinta da China e a EGEAC, sobre mulheres que marcaram a história, com as peças dedicadas à pintora Frida Kahlo e à médica Beatriz Ângelo, primeira mulher a votar em Portugal, em 1911.
"Beatriz Ângelo" estará no Auditório Municipal Miratejo, no dia 20, e "Frida Kahlo", na Associação de Moradores dos Redondos, a 27 de novembro.
Estão ainda previstas atividades com estabelecimentos de ensino do concelho, assim como um 'workshop' de expressão dramática, no Cinema S. Vicente (26 de novembro e 03 de dezembro), e a apresentação da revista Women On Scene - Mulheres no Teatro e na Performance, em 19 de novembro, no 'foyer' do Auditório Municipal do Seixal.
Com coordenação de Gisela Cañamero e produção executiva de Luzia Paramés, a revista tem por objetivo "dar visibilidade à singularidade da voz de mulheres autoras e criadoras, dramaturgas, encenadoras, performers-autoras, abrangendo modos de criação literária, performativa e plástica".
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