'Perdidos de amor' é o novo livro de Helena Sacadura Cabral, autora de mais de 40 obras.
Um livro com várias histórias onde revemos facilmente a forma como a autora vê, olha e sente o mundo. Fala de amor e de afetos, algo indispensável à vida da autora, conta-nos, em entrevista.
Embora sejam histórias ficcionadas, são inspiradas em vivências e memórias da autora, aqui recuperadas na história de Madalena, uma jovem prestes a entrar na universidade, um desejo com que muito poucas adolescentes poderiam sonhar à época - 1950.
© Clube do Autor
"Retratei certamente uma época em que vivi, mas a história, essa foi vivida por alguém cujo percurso acompanhei. Umas situações são reais e outras são romantizadas. Mas a “história” foi real", revela em entrevista ao Notícias ao Minuto a autora que assevera: "Não se vive sem amor" - seja ele de que natureza for.
"Quando olho para a minha vida, não tenho qualquer dúvida sobre isso. Foi o amor que me guiou, me completou, me satisfez, enfim, foi ele que esteve na base da mulher que hoje sou!", reitera.
Para Helena Sacadura Cabral, "na vida e no amor nunca devemos deixar palavras por dizer nem abraços por dar", mas, conta-nos, "talvez não tenha dito ao pai, as vezes suficientes, que o amava".
Autora completa mas também mulher, diz que nesse papel, terá "feito quase tudo". "Resta-me encarar o tempo que aqui andar, como o cumprimento do percurso que me está destinado por Deus, e ao qual não quero deixar de continuar a corresponder", denota.
Mãe de dois filhos da esfera pública e política, viu a sua vida ser escrutinada muitas vezes mas diz que sempre o aceitou "como o reverso de ver os filhos felizes no seu projeto de vida".
"Não penso como nenhum deles, nem tenho de pensar. Houve um período em que tentaram servir-se deles para me atacar. Ou o inverso. Hoje já todos sabem que tenho uma cabeça que pensa por si", afirma.
Sobre o filho Miguel, que morreu em 2012, vítima de um cancro, Helena Sacadura Cabral garante que vive "com uma fé inabalável" em que se voltarão a encontrar" e com a "certeza de que cada um viveu a vida que quis e como quis".
Prestes a celebrar 88 anos, já escreveu mais de 40 livros desde que começou, em 1990, e diz que a criatividade é baseada na atenção que dedica a tudo o que a rodeia, "especialmente ao comportamento das pessoas".
Mantém "um trabalho muito disciplinado e ainda gostava de voltar à epistografia ou ao diarismo. "Mas também gosto muito de biografias. Não sei se alguma vez acontecerá, ou se de repente surge uma algo que me motive e eu deseje revelar", conta.
Além dos livros, é ainda muito ativa na blogosfera e nas redes sociais, nomeadamente no Twitter. Diz que podem ser muito úteis e podem ser perigosas, "como ultimamente se demonstrou com o caso Musk e a sua compra do Twitter".
"A mim, têm-me permitido dizer o que penso e mostrar o que escrevo. São-me utéis porque faço bom uso delas", afirma.
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