"Enquanto escritor de canções, de texto, foi uma das minhas grandes influências; a forma como ele trabalha as palavras, como ele transita com uma grande facilidade de uma canção de amor apaixonada para uma canção de intervenção, igualmente apaixonada, sem um lado panfletário", disse Luís Represas à agência Lusa.
O cantor e compositor cubano Pablo Milanés morreu na segunda-feira aos 79 anos, em Madrid, onde vivia há vários anos.
Considerado o fundador e arquiteto do movimento da Nova Trova Cubana, juntamente com outros artistas como Silvio Rodríguez e Noel Nicola, Pablo Milanés lançou mais de 40 álbuns e ganhou, entre outros, o Prémio Nacional de Música de Cuba e o Grammy Latino de Excelência Musical.
Luís Represas lembrou que conheceu pessoalmente Pablo Milanés em 1984 e que, anos depois, este lhe "abriu as portas" de casa em Cuba para gravar o primeiro álbum a solo, "Represas", no qual está um dueto no tema "Feiticeira".
"Há o Pablo Milanés humano, amigo, com as portas de casa sempre abertas e onde reunia sempre amigos das mais diversas vertentes da cultura, não só cubana, como de outros países", afirmou Luís Represas, sublinhando o caráter agregador e humanista do 'cantautor' cubano.
Acima de tudo, disse Luís Represas, Pablo Milanés era "respeitado por ser um livre pensador". "Ele nunca virou as costas àquilo que queria dizer, sentia e pensava, doesse a quem doesse", disse.
Leia Também: Cantor e compositor cubano Pablo Milanés morre aos 77 anos em Madrid