A intervenção da câmara municipal de Medellín naquele local, anunciada no final de janeiro, desencadeou uma discussão pública por afetar as pessoas que por lá passam e trabalham, entre turistas e locais, e por contrariar o propósito do escultor, de 90 anos, que doou as esculturas para aquele espaço.
Segundo a agência Efe, o presidente de câmara da capital colombiana, Daniel Quintero, fez um "plano de choque" para mantar a Praça Botero "livre de delitos", que inclui vigilância policial permanente e "encerramentos estratégicos" para reduzir a insegurança.
Numa carta dirigida ao presidente de câmara, Fernando Botero lembrou que em 2002 fez uma doação de várias esculturas assumindo o pressuposto de que a Praça Botero é um espaço artístico de Medellín e do Museu de Antioquia, contíguo ao local.
"Deixe a cidade mover-se livremente, assim é que deve ser", defendeu Botero.
Em resposta, Daniel Quintero revelou que, depois da renovação, a praça já foi visitada por cerca de um milhão de turistas e que "nunca esteve nem estará encerrada": "O que alguns chamam de fecho, na verdade é um abraço", disse.
A Praça Botero, com 7.000 metros quadrados de área aberta, com árvores, espaços de circulação e as famosas esculturas de formas volumosas e redondas de Botero, tem sido testemunha dos mesmos problemas que afetam a cidade, escreveu a Efe: Roubos, prostituição, exploração sexual de crianças e adolescentes, tráfico e sem-abrigos.
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